Mais confiantes sobre a diminuição da possível dissidência entre partidos da oposição, aliados do deputado Baleia Rossi (MDB) apostam na atuação de lideranças nacionais para conter defecções em partidos de centro que compõe o bloco dele na eleição para presidente da Câmara. Os alvos são PSL, PSDB e DEM.
Segundo apurou o Valor Econômico, a cúpula da campanha de Baleia se reuniu anteontem em Brasília e diagnosticou que a disputa entre o emedebista e o deputado Arthur Lira (PP-AL) está acirrada. A avaliação é que nenhum dos dois teria votos para vencer em primeiro turno se a eleição fosse hoje.
Preocupação recorrente nas últimas semanas, a dissidência entre legendas da esquerda, especialmente no PSB, no PT e no PDT, já teria deixado de ser uma dor de cabeça. Isso porque a avaliação é que o nome de Lira está cada vez mais associado ao presidente Jair Bolsonaro, o que, para eles, deve conter a onda de votos da oposição no líder do PP.
Ainda de acordo com o Valor Econômico, para minar defecções em partidos de centro que fazem parte de seu bloco, Baleia contará com lideranças nacionais como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-prefeito ACM Neto (DEM).
O emedebista se concentrará em garantir o aumento do apoio entre parlamentares do PSDB e do DEM, dois partidos que vem preocupando a cúpula da campanha, por somarem juntos mais de 25 defecções.
Ontem, ele já colocou a estratégia em jogo e se reuniu com os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM).
Além da atuação do emedebista, foram escalados para operar entre os tucanos, o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, o governador de São Paulo, João Doria, FHC, e o deputado Aécio Neves (MG). No DEM, a expectativa é que ACM Neto, que até então concentrava atenções para emplacar Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado, passe a ter uma postura um pouco mais atuante. Mas interlocutores de Neto dizem que a atuação dele deve continuar tímida para evitar que qualquer movimento por Baleia respingue no desempenho de Pacheco.
Em outra frente, conforme o Valor, o líder do MDB contará com a atuação de Paulinho da Força (SD-SP) para diminuir o apoio a Lira entre deputados do Solidariedade. A Executiva Nacional da sigla decidiu embarcar no bloco do emedebista, mas muitas defecções estão no radar.
Membros da cúpula da campanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o líder da Maioria na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ficarão responsáveis por tentar conter as traições no PSL. Anteontem, o ex-partido de Bolsonaro protocolou lista com 36 assinaturas para que a legenda deixe de compor o bloco do líder do MDB e passe para o grupo que sustenta candidatura de Lira, o que mudará a distribuição dos cargos de direção.
Apesar da lista favorável ao líder do PP, aliados de Baleia defendem que muitos signatários assinaram apenas para marcar posição pública contra a oposição, que está no bloco do MDB, e para não perder cargos federais. A aposta é que alguns deputados do PSL que aderiram ao movimento de entrada no bloco de Lira votarão no emedebista por avaliarem que o líder do Centrão não os contemplará caso seja eleito para presidir a Câmara. (com Política Livre)