É de impressionar, mas a inveja de que é alvo da parte do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), da elite despreparada que o apóia e dos próprios colegas governadores é maior do que a vitória política obtida por João Dória (PSDB) com a Coronavac, a primeira vacina contra a Covid 19 que se encontra hoje disponível no Brasil.
Dória trabalhou praticamente sozinho pela parceria que permitiu ao Instituto Butantan produzir o imunizante no Brasil. Chegou a chamar o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, para tomar parte no mesmo esforço, mas o general, que está mais para Sargento Garcia, foi desautorizado no meio do caminho pelo presidente da República.
A partir daí, o governador de São Paulo prosseguiu isolado, e sob críticas, com as tratativas que resultaram na façanha de produzir a vacina em solo brasileiro. Ocorre que, como o governo federal primeiro não quis e, depois, não teve a competência de trilhar o mesmo caminho, foi obrigado a pedir para usar o imunizante.
A mesma Coronavac que Bolsonaro disse que não queria porque era fruto de uma parceria com a China comunista. Agora, os apoiadores do presidente, estimulados por ele, assim como alguns governadores, não querem que Dória comemore os louros de uma vitória para o país que, neste caso, é essencialmente do seu esforço e da equipe que lidera.
Acusam-no de ter dado um golpe de marketing por ter iniciado a imunização por uma enfermeira que trabalha na linha de frente contra a doença num hospital paulista antes do mal arrumado plano de vacinação nacional elaborado por Pazuello que, no dia de hoje, sequer consegue cumprir o prazo de entrega da vacina aos demais governadores.
Reconhecer o papel do governador de São Paulo, primeiro, na produção do primeiro imunizante nacional, depois, na decisão de disponibilizá-lo para todo o país, apesar do esforço do governo federal em dificultar seu esforço exclusivamente para prejudicá-lo, inclusive por meio da Anvisa, é uma obrigação de todo o país.
Assim como deixar que faça o bom uso político que dele provier. Uma democracia não sofre por causa da ação de políticos que buscam transformar em ativos eleitorais o resultado de suas ações bem sucedidas que afetam positivamente a coletividade. Mas em decorrência daqueles que sabotam quem trabalha em defesa dos cidadãos. (com Política Livre)