As atividades na unidade 9 da Refinaria de Mataripe estão suspensas e as unidades 32, 37 e 39 operam com carga reduzida devido à baixa quantidade do petróleo cru, fundamental para a continuidade do trabalho. Há um navio com o material, mas a embarcação não consegue atracar no porto de Madre de Deus por causa do tamanho. O calado, que é a distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação da embarcação, é superior ao permitido na região. Com isso, o navio não consegue chegar e o produto não pode ser descarregado.

Em matéria publicada no Atarde Deyvid Bacelar, diretor do Sindipetro Bahia, lotado na Landulpho Alves, afirma que esta dificuldade expõe a falta de capacidade da Acelen, que assumiu a refinaria em dezembro de 2021 após a privatização. “Nós sabíamos que haveria problemas. Mas nós não sabíamos que haveria essa incompetência logística para causar todo esse transtorno, que ainda é pequeno e ainda veremos os reflexos no final do mês, e poderá ser catastrófico caso a refinaria pare por conta dessa incompetência logística de terem trazido um navio de grande calado”, disse ao Atarde.
Deyvid pontuou que a Petrobras tinha condições de operar em toda a costa brasileira e até fora do país, mas a Acelen é recém-criada. “Que know-how tem a Acelen para estar operando uma refinaria como essa?”, questiona. Para resolver o problema, é necessário transportar o material do navio a outras duas embarcações menores. O processo, no entanto, não é simples e precisa de várias autorizações dos órgãos ambientais. Segundo Bacelar, “apenas duas empresas que operam aqui têm o licenciamento para fazer esse tipo de operação”.
Desabastecimento
Caso o problema não seja resolvido e a refinaria interrompa as atividades, é possível que haja desabastecimento de alguns produtos, não apenas do diesel. “Sabíamos que a empresa iria trazer petróleo de fora, mas não que seriam capazes de cometer uma barbeiragem como essa. Inclusive, para a prefeitura de São Francisco do Conde, é um desastre por conta dos royalties que está perdendo”, afirma Bacelar.
Também ao Portal A TARDE, Radiovaldo Costa, diretor de comunicação do Sindipetro, confirma que há o problema com o carregamento de petróleo por parte do navio e explica que a refinaria tem várias opções antes de paralisar, entre elas reduzir carga ou a capacidade de processamento, além da possibilidade que a Acelen tem de comprar petróleo de outras distribuidoras.
Fonte: Atarde