A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) participou do protesto contra a morte da Mãe Bernadete e genocídio do povo negro, na manhã desta sexta-feira (18/08), na Praça da Piedade, Centro de Salvador.
Com um trombone nas mãos, a parlamentar saudou a militância negra que “mais uma vez toma as ruas dessa cidade para defender a vida, o direito à vida do nosso povo”. “Nós não queremos migalhas de vida, nós queremos vida em abundância. Não queremos a nossa juventude preta todos os dias temendo a morte quando vem uma viatura de polícia, e nem morrendo vítima desse estado de barbárie, de violência. Não queremos a nossa juventude sendo tragada pelo tráfico”, pontuou.
“Queremos a nossa juventude nas universidades. É por isso que a gente lutou e conquistou as cotas para negras e negros. Nas universidades, não queremos todo dia ter uma dor, uma dor profunda com a morte das nossas e dos nossos. Foi muito doloroso ontem à noite receber um telefonema, um grito de socorro pela morte de Mãe Bernadete, vítima desse estado truculento, que assassinou grileiros. Fazendeiros poderosos que não permitem que o povo preto tenha pés”, disse Olívia, que também relembrou a morte de Binho em 2017, filho de Bernadete, também assassinado a tiros
“Por que essa terra não foi titulada? Primeiro a gente perdeu Binho, assassinado em 2017, filho de Mãe Bernadete, e ontem, dia nacional do patrimônio cultural, Mãe Bernadete foi executada, sentada no sofá da sua casa, uma casa religiosa, onde estava tendo obrigação, estava tendo atividade religiosa. Mãe Jaciara só não morreu junto porque tinha saído. Exterminaram Bernadete na vista das crianças. Gente, essas meninas, esses meninos, vão crescer como? Essa família é marcada pela violência extrema? Porque eles matam os meninos pretos, as mulheres negras, com requinte de crueldade. Paulo Colombiano, um sindicalista negro, foi executado por sua companheira”, concluiu Olívia Santana.