As mortes de três mulheres na madrugada desta terça-feira (26), no condomínio residencial Reserva do Parque, no bairro Aviário, em Feira de Santana pode ter ligação com o tráfico de drogas. A informação é do delegado Yves Correia, coordenador da 1ª Coordenadoria de Polícia do Interior (1ª Coorpin).
As vítimas, identificadas como Jaqueline Cruz de Jesus, 29 anos, Ana Beatriz dos Santos dos Santos, 19 anos, e Sara Victoria Brito Salomão, de 15 anos, foram encontradas no banheiro do apartamento, com ferimentos na cabeça, pernas e braços.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o delegado deu detalhes sobre o início das investigações e uma possível ligação das vítimas com o tráfico de drogas.
Houve esse triplo homicídio de mulheres, aqui na madrugada desta terça-feira. A Polícia Civil, junto com a Polícia Militar, desde o momento do fato, fez todo o levantamento que já foi bem delimitado para entender as causas que levaram esses indivíduos a efetuarem tantos disparos nas vítimas. O detalhe é que a investigação já avança no sentido de que essas vítimas tinham envolvimento, infelizmente, com o tráfico de drogas, então a gente percebe que eram pessoas ligadas a criminosos. Estamos buscando a motivação”, disse.
Conforme informações obtidas pelo Acorda Cidade, cerca de dez homens invadiram a residência e efetuaram os disparos contra as vítimas. Ainda de acordo com Yves Correia, a Polícia Civil trabalha na identificação e localização destes autores.
“Diversas informações já chegaram para a nossa inteligência da Polícia Civil, estamos trabalhando essas informações, logicamente em campo e também no campo da inteligência para poder justamente buscar as cautelares de busca, de prisão para alcançar esses indivíduos. A gente diz sempre que esses homicídios não ficarão impunes, independentemente da vítima ter ou não envolvimento com a criminalidade. A Polícia Civil trabalha de forma séria, buscando autoria, buscando a materialidade. A intenção de matá-las, com certeza está clara, até pelo número de disparos. A gente agora vai buscar esses autores, buscar representar pelas cautelares para chegar até eles. A gente já tem indicativo de autoria, logicamente não se pode revelar. Uma vez que estão em sigilo as investigações para não frustrar a prisão deles”.
Questionado sobre a presença de duas crianças na casa onde as vítimas foram assassinadas, o delegado reforçou que não há informações iniciais se havia a supervisão de algum adulto ou se estavam sozinhas.
“Não tenho essa informação se elas estavam abandonadas ali, ou se tinha alguém com elas, ou se eles colocaram alguém para olhar, enfim, o fato é que a gente percebe que esses indivíduos, eles não estão nem aí, se tem crianças próximas, se tem idosos, se tem mãe, se tem pai, se eles têm o objetivo de matar, eles vão matar, independentemente de estar ou não ao lado de crianças. Você percebe que é uma crueldade, porque uma criança que presencia uma brutalidade dessas, infelizmente, causa um trauma sem igual. Eu acho que a gente não tem noção, só quem vive para ter a noção exata do que é isso. Infelizmente, eles não têm limites, então a gente como Estado, como lei e como ordem, tem que buscar impor esses limites a esses indivíduos”.
Yves Correia finalizou ainda solicitando o apoio da população em denúncias anônimas, através do Disque Denúncia a fim de obter detalhes sobre o crime e sua autoria.
I’m “É importante a gente ter o feedback da população, a gente pede sempre aquele apoio pelo Disque 181, qualquer informação que você que estiver, não deixe de discar o 181 ou então o 197 ou 190, porque a gente vai apurar todas. E eu repito, quando isso ocorre, por mais que sejam pessoas envolvidas com a criminalidade, é uma coisa que choca a população, é algo que traz uma insegurança, algo que traz um sentimento ruim. Ninguém quer que a estatística de homicídios cresça, pelo contrário, a gente briga o tempo todo para diminuir e quiçá um dia, sempre a gente vive em um mundo ideal de busca, que elas zerem. Mas, lógico que é algo complicado, complexo, em uma sociedade difícil que a gente está vivendo, mas ao mesmo tempo a gente tem que buscar sempre isso, como Polícia Judiciária e como Polícia Militar também”, concluiu.