De acordo com o IBGE, o Brasil hoje conta com uma média de mais 42 milhões de pessoas que se declaram evangélicas. Desse total de acordo com o instituto, 2,4 milhões residem no estado da Bahia.
Nos últimos dias essa comunidade evangélica que representa mais de 32% da população de Mata de São João, foi bruscamente atacada pelo ex-vereador Sergio Bogoió (Podemos), que em áudios enviados a grupos de WhatsApp, afirmou abertamente serem os cristãos a vergonha da nação.
Utilizando a nomenclatura “Pastores Bolsonaristas” Bogoió, que coleciona em seu histórico político falas polêmicas, afirma dizendo que “esses homens não têm coração. E se escondem atrás de uma Bíblia”, em referência direta aos líderes religiosos de todas as igrejas da sede, da zona rural e do litoral de Mata de São João.
Sergio Bogoió utiliza a inda o ditado popular “Lobo em pele de cordeiro” para afirmar que todos os pastores matenses são pessoas indignas da confiança de seus fies e da população. A frase usada pelo político é uma referência distorcida da passagem bíblica, contida no evangelho de Mateus, que diz:
“Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”.
Ainda no áudio de mais de 1 minuto que já viralizou por toda cidade, causando indignação na comunidade evangélica, o ex-vereador afirma que “todos esses pastores aí vão pagar, pode ter certeza. Só fazem o mau, são uns miseráveis, gananciosos, mau caráter bandidos”, e finaliza ironicamente a sua fala desejando que todos fiquem com Deus.
Esse posicionamento Cristofóbico do político, denuncia um comportamento de intolerância religiosa, combatido veementemente no Brasil pelo artigo 208, do Código Penal Brasileiro, que estabelece ser crime “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa […]”.
A Lei 14.532/23 sancionada pelo presidente Lula, equipara a intolerância religiosa ao crime de injuria racial, em função do constrangimento a que o grupo é submetido pela indevida exposição em razão da religião, cabendo as mesmas penalidades previstas.
Consultados pela reportagem do Mais Região, Pastores e evangélicos e líderes religiosos da cidade, dizem-se preocupados com declarações como essas e temem pelo futuro da convivência harmônica entre as várias crenças religiosas na cidade. E todos comungam do mesmo pensamento de que a última coisa que precisamos em Mata de São João é uma guerra religiosa, principalmente incentivada por políticos ou formadores de opinião.
Com informaçoes do site mais Região