A Justiça decretou a prisão preventiva de Marcelo Batista da Silva, dono de um ferro-velho, no bairro de Pirajá, em Salvador. Ele é suspeito de ser o responsável pelo desaparecimento dos jovens Paulo Daniel Pereira Gentil do Nascimento, de 24 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25 anos.
A Polícia Civil, responsável pela investigação, solicitou a prisão preventiva de Marcelo, e o 1º Juízo da 2ª Vara do Tribunal do Júri aceitou o pedido. O mandado de prisão foi assinado pela juíza Alcina Mariana da Silva Goes Martins, no último dia 9.
Conforme relato das famílias das vítimas, o empresário teria sequestrado os jovens. A mãe de Paulo Daniel, Marineide Pereira, afirmou que dias antes do desaparecimento, as vítimas teriam sido acusadas de roubar um gerador pertencente ao ferro-velho de Marcelo. A suspeita gerou a crença de que o empresário seria o responsável pelo sumiço dos jovens. Marcelo nega as acusações.
A Polícia Civil argumentou que a prisão preventiva é necessária para garantir a instrução do procedimento criminal, diante do risco concreto de fuga do suspeito.
Ainda segundo o documento, são investigados crimes graves, incluindo homicídio qualificado consumado, ocultação de cadáver, formação de grupo de extermínio, milícia armada e tortura.
À Justiça, a polícia apontou que, durante buscas feitas pela polícia, na empresa de Marcelo, mais precisamente na sala dele, a polícia encontrou materiais em um lixo que aparentam ser vestígios de sangue. Os materiais foram encaminhados para análise pericial.
Informações obtidas pela polícia, de acordo com o documento, indicam que Marcelo teria mandado queimar o próprio veículo, possivelmente usado para ocultar vestígios do crime, no interior do carro.
Além disso, a polícia também anexou imagens das câmeras de segurança do prédio onde Marcelo mora. Constam nos autos elementos que indicam que o investigado, que seria ex-policial militar, ordenou que membros uma suposta milícia adentrassem o prédio em que reside e retirassem suas malas com roupas [foto em destaque]. Para a polícia, esse fato gera receio de que, caso esteja em liberdade, Marcelo possa fugir da polícia.