O prefeito de Juazeiro, Andrei Gonçalves (MDB), anunciou o cancelamento do carnaval de 2025, em virtude de um “colapso financeiro” enfrentado pelo município. A decisão foi divulgada nas redes sociais na quinta-feira (17), gerando repercussão na região.
Prevista para ocorrer entre os dias 13 e 16 de fevereiro, a tradicional festa foi suspensa após recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Segundo o órgão, o endividamento de Juazeiro alcançou níveis alarmantes, tornando inviável a realização do evento.
Em um vídeo ao lado do cantor e secretário municipal de Cultura e Turismo, Targino Gondim, o prefeito justificou a medida. “Infelizmente, esse ano, Juazeiro não terá carnaval, porque estamos em um colapso financeiro, um colapso que está levando Juazeiro a tomar decisões drásticas, sérias e importantes. Precisamos ter responsabilidade e corrigir o rumo da nossa cidade”, declarou Andrei Gonçalves.
Situação financeira crítica
A prefeitura enfrenta um endividamento total de cerca de R$ 300 milhões, o quinto maior do estado da Bahia. Segundo o prefeito, a gestão municipal tinha duas folhas de pagamento pendentes, sendo a da Educação, no valor de R$ 9 milhões, e a da Saúde, em torno de R$ 15 milhões. A primeira foi quitada na quinta-feira (16), enquanto a segunda estava programada para esta sexta-feira (17).
No dia 3 de janeiro, o município declarou estado de calamidade financeira. De acordo com a prefeitura, essa medida visa conter o agravamento do endividamento e preservar a execução de projetos essenciais. O decreto, com validade de 30 dias, pode ser prorrogado se necessário.
Impactos na Saúde
A crise financeira também afeta gravemente o setor de saúde. No dia 9 de janeiro, a prefeitura decretou situação de emergência na Secretaria Municipal de Saúde. Em nota oficial, o governo municipal destacou a necessidade de ações urgentes para atender à população.
“A medida foi tomada a partir de um diagnóstico dos serviços de saúde e com base no Relatório de Transição, que aponta graves irregularidades, incluindo a insuficiência de profissionais, carência e mau funcionamento de equipamentos médicos essenciais, falta de insumos e estrutura física precária das Unidades Básicas de Saúde, Maternidade Municipal, UPA 24h e Unidade Pediátrica (UPED)”, afirmou a nota.
O decreto também é válido por 30 dias, podendo ser prorrogado ou reduzido conforme as necessidades locais.