A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo realizou uma operação nesta quinta-feira (16) que resultou na prisão de 13 policiais militares acusados de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Além disso, mandados de prisão foram expedidos contra outros dois agentes ainda não localizados.
Entre os detidos está um cabo da ativa, identificado como o autor dos disparos que mataram Vinícius Gritzbach, delator executado em novembro passado na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O crime ocorreu após Gritzbach, que atuava no setor imobiliário, colaborar com o Ministério Público de São Paulo em uma delação premiada. Ele havia denunciado indivíduos ligados ao PCC e acusado policiais de envolvimento em esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro para a organização criminosa.
Batizada de “Prodotes”, a operação também busca cumprir sete mandados de busca e apreensão em residências e locais localizados na capital paulista e região metropolitana.
Investigação e vazamento de informações
As investigações tiveram início em março do ano passado, após uma denúncia anônima que apontava o vazamento de informações sigilosas por policiais militares, favorecendo membros do PCC ao evitar prisões e prejuízos financeiros. Em outubro, a Corregedoria instaurou um Inquérito Policial Militar para aprofundar as apurações.
Segundo as autoridades, os policiais envolvidos — tanto da ativa quanto da reserva — teriam fornecido dados estratégicos que beneficiavam criminosos. Um dos supostos beneficiários era o próprio Gritzbach, que utilizava PMs como escolta privada, caracterizando a integração dos agentes à organização criminosa.
Execução de Gritzbach
O assassinato de Gritzbach foi registrado por câmeras de segurança no aeroporto. Ele foi alvejado por homens encapuzados e armados com fuzis, que fugiram logo após o crime. Um motorista de aplicativo, que estava no local, também foi atingido pelos disparos e morreu.
Poucos dias após o ocorrido, dois suspeitos de envolvimento na execução foram detidos por uma força-tarefa criada pelo governo paulista para investigar o caso.