A morte da filha da cantora carioca Lexa chamou atenção para um grave problema que afeta muitas gestantes no país: a pré-eclâmpsia. Na semana passada, Lexa publicou um texto emocionante em suas redes sociais, dizendo que Sofia havia morrido, no último dia 5, três dias após o nascimento. Com um quadro precoce da doença, a artista ficou internada por 17 dias e teve o parto realizado com apenas 25 semanas de gestação.
Caracterizada pelo aumento da pressão arterial durante a gravidez, a pré-eclâmpsia pode evoluir com ou sem maiores complicações, como explica o obstetra e professor da Faculdade de Medicina da Ufba, Carlos Menezes. No caso da cantora, como ela própria detalhou, a situação se agravou para a síndrome de Hellp, quando há destruição dos glóbulos vermelhos do sangue e comprometimento do fígado, com grande risco para a mamãe e para o bebê.
“A hipertensão na gravidez é responsável por 10% a 15% dos casos de morte materna no mundo e é a principal causa da morte materna na Bahia”, informa o médico, acrescentando que o problema é maior entre mulheres negras, mais afetadas com a hipertensão. Dados preliminares de 2024 da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) registraram 89 óbitos maternos no estado, sendo oito por eclâmpsia e sete por hipertensão gestacional. A morte materna é aquela que ocorre durante a gravidez ou no período de 42 dias após o parto.