O ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento e concordou com um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silvae o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A revelação faz parte de uma denúncia apresentada nesta terça-feira (18), pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao STF.
De acordo com o documento, o plano era parte de uma articulação maior chamada “Punhal Verde Amarelo”, que visava desestabilizar o funcionamento dos Poderes e romper com a ordem democrática.
Áudio revela envolvimento direto de Bolsonaro
A acusação da PGR se apoia, entre outras provas, em um áudio que compromete Bolsonaro. A gravação registra uma conversa entre Mauro Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente.
O áudio não deixa dúvidas de que a ação violenta era conhecida e autorizada por Jair Messias Bolsonaro, que esperava a sua execução ainda no mês de dezembro.
Paulo Gonet
Outras estratégias golpistas
A tentativa de assassinar Lula e Moraes não era a única ação planejada pelo grupo. A denúncia menciona outras investidas para concentrar poder nas mãos de Bolsonaro e seus aliados, como a chamada “Operação Copa 2022”, que previa uma série de etapas para gerar comoção social e tentar convencer o Alto Comando do Exército a aderir a um golpe de Estado.
O que diz a defesa do ex-presidente
Diante das acusações, a defesa de Jair Bolsonaro divulgou um comunicado nesta quarta-feira (28), expressando “indignação e estarrecimento” com a denúncia da PGR. Os advogados alegam que, após quase dois anos de investigação, não há provas que liguem Bolsonaro diretamente ao suposto plano golpista.
Agora, cabe ao STF decidir se aceita a denúncia e transforma Bolsonaro em réu. Caso isso ocorra, ele poderá enfrentar um processo criminal por envolvimento direto em uma conspiração violenta contra a democracia brasileira.