O programa Cozinha Solidária, lançado pelo Governo Lula (PT) com o objetivo de distribuir quentinhas para pessoas em situação de vulnerabilidade social, enfrenta sérias irregularidades. ONGs contratadas receberam milhões em recursos públicos, mas não realizaram a entrega das refeições conforme previsto.
Segundo a reportagem do jornal O Globo, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), firmou um contrato de R$ 5,6 milhões com a ONG Mover Helipa, liderada por José Renato Varjão, ex-assessor do PT, para distribuir quentinhas em 12 estados. Varjão subcontratou outras entidades, algumas ligadas a ex-assessores de parlamentares petistas, para auxiliar na produção e distribuição das refeições.
Uma das ONGs beneficiadas, a Cozinha Solidária Madre Teresa de Calcutá, deveria entregar 4.583 quentinhas por mês, mas estava fechada no momento da visita da reportagem, e moradores locais desconheciam a distribuição das marmitas. Situação parecida ocorreu com a Cozinha Solidária Unidos Pela Fé, comandada por Claudinei Florêncio, ex-assessor do vereador Arselino Tatto (PT-SP), que reconheceu que a distribuição não havia começado, apesar de constar como concluída nos relatórios de prestação de contas.
Outras ONGs também apresentaram irregularidades. A Cozinha Solidária Instituto Rosa dos Ventos, administrada por Anderson Clayton Rosa, assessor do deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), deveria distribuir 4.583 marmitas mensais, mas em janeiro entregou apenas 400. O deputado não se pronunciou sobre o caso, enquanto o assessor alegou erro na documentação. Outra entidade, a Cozinha Solidária Divino Espírito Santo, entregou menos da metade das refeições prometidas para a Zona Leste de São Paulo.
Além disso, a análise dos relatórios financeiros apontou semelhanças nos documentos enviados, todos assinados por Fábio Rubson da Silva, advogado das ONGs envolvidas. Ele justificou que os relatórios foram padronizados para facilitar a prestação de contas.