O Grupo de Trabalho da Operação Overclean, comandado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e Policia Federal que começou para investigar desvios em um contrato do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), expandiu seu foco após quebras de sigilo telemático e gravações ambientais que mostraram a atuação de um grupo de empresas em contratos milionários firmados com o governo federal e administrações estaduais e municipais. Uma das cidades quem chama a atenção da Policia Federal nesta fase é São Francisco do Conde.
O material está em análise, mas já embasou pedidos de prisão na segunda fase da operação contra suspeitos de desvios em contratos. Um deles, é o empresário Marcos Moura conhecido como “Rei do Lixo”, pois as investigações demonstraram a sua influencia no comando das decisões na cidade do recôncavo baiano. As empresas investigadas tem diversos contratos na cidade, e os áudios coletados pela PF demonstram que o Rei do Lixo tinha controle dos contratos e indicou vários secretários municipais, como também realizava reuniões frequentes na sede da sua empresa com os mesmos.
Nas escutas ambientais, Marcos demonstra ter o controle total da administração da cidade, decidindo até mesmo, quais faturas e quais contratos seriam pagos. A subserviência do prefeito Antônio Calmon com o “Rei do Lixo” é tão grande que três secretários municipais despachavam diariamente por telefone com o “Rei do Lixo”, o Secretário de Obras e Infra Estrutura, Luís Henrique, é tido como seu “ajudante de ordens”, o secretário de Finanças, Jerolino Mascarenhas, e de Serviços Públicos, Amarildo Guedes foram vistos em reunião com o empresário na segunda-feira (09/12), véspera da operação da Policia Federal no 15º andar do Edifício Tomé de Souza, na sede da empresa do “Rei do Lixo”.
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Calmon é o ajudante de ordens de Marcos Moura, o secretário de obras e infra estrutura, Luís Henrique. 👆
Agora, a PF continua a analisar as informações coletadas nas duas fases da operação. Diversas empresas que estão envolvidas na investigação, como a CONTECH ENGENHARIA que tem uma relação muito “estreita” com o “Rei do Lixo”, conforme divulgado pelo site o Bastidor (veja aqui https://obastidor.com.br/investigacao/amigo-e-tudo-3660),
movimentou entre 2023 e 2024 cerca de R$ 100 milhões de reais em Obras no município, cujo gestor da pasta é tido como o “ajudante de ordens” do Rei do Lixo. Outra empresa é a Larclean Saúde Ambiental, dos irmãos Fabio e Alex Parente tidos como líderes da Organização Criminosa, ao lado do “Rei do Lixo”, celebrou contrato de quase R$ 1 milhão para combate de pragas. Outros contratos estão sendo analisado pelo grupo de trabalho. Em São Francisco do Conde, o poder do Rei do Lixo na administração municipal é tão grande que grupo de investigação do GAECO e PF deve deflagrar nos próximos dias uma nova fase da operação, já que os indícios mostram a cooptação de agentes públicos na realização dos desvios de recursos.