O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar na quinta-feira (6) o decreto que o torna inelegível até 2030, como determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista a jornalistas ao desembarcar no aeroporto de Brasília, Bolsonaro afirmou que “só depois de morto” indicaria outro nome para disputar as eleições presidenciais de 2026.
“Eu não participar é uma negação à democracia. Só depois de morto eu indico outro candidato. Se tivesse um motivo justo, eu nem estaria falando com vocês aqui, arrumaria uma maneira de fugir por aí, ir embora”, afirmou.
Segundo matéria do InfoMoney, Bolsonaro ainda ressaltou que vários partidos possuem capacidade de lançar candidatos e que não está “atrapalhando ninguém”. “Cada partido que se apresente, lance o candidato, comece a andar pelo Brasil, como eu fiz”, completou.
Suposta trama golpista
Bolsonaro também comentou sobre as acusações de envolvimento com uma suposta tentativa de golpe de Estado para se manter no poder após a derrota nas eleições de 2022. O ex-presidente criticou a investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que atestou a conexão entre ele e as articulações golpistas, e ironizou as alegações.
“Que golpe é esse, em janeiro, em que você não está no Brasil? Eu tramei com o Pateta, com o Pato Donald, com o Mickey Mouse, só pode ser isso aí”, afirmou, fazendo referência ao seu período de estadia em Orlando (EUA). “Vou dar golpe sem Força nenhuma? Lá da Disney?”, disse, em tom de ironia.
Horas antes da declaração, a defesa de Bolsonaro apresentou sua resposta às acusações da PGR. O ex-presidente responde por crimes como abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado com violência e deterioração contra o patrimônio tombado, que somam até 43 anos de prisão.
O ex-presidente também desqualificou as alegações de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes (STF), afirmando que seria “infantil”. “Sequestrar alguém e envenenar? ‘Está aqui um copinho de chumbinho’? Está de sacanagem? Coisa infantil”, disse.
Críticas ao julgamento
Semelhante à manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro também voltou a criticar a decisão de ser julgado pela 1ª Turma da Corte, composta por Alexandre de Moraes (relator do inquérito), Cristiano Zanin (ex-advogado de Lula), Flávio Dino (ex-ministro de Lula), Luiz Fux e Cármen Lúcia.