O policial penal Francisco Carlos da Cunha foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência, em Salvador, na manhã desta segunda-feira (31). A ação faz parte da segunda fase da ‘Operação Falta Grave’ para desmantelar um esquema de corrupção dentro do sistema penitenciário.
Segundo investigações do MP-BA, Francisco Carlos da Cunha cobrava taxas de detentos da Casa do Albergado e Egresso (CAE) para possibilitar pernoites fora da unidade penal. O policial, denunciado por corrupção passiva e associação criminosa, operava junto com outros agentes corruptos, como Nilmar Marcelo Pereira do Vale, Marcos Aurélio Freire da Silva, Valmir Santos Paixão e José Jorge Santos Farias, que foram denunciados na primeira fase da operação, deflagrada em setembro de 2024.
O esquema criminoso envolvia a cobrança de valores que variavam entre R$ 20 e R$ 70 por dia para que os detentos obtivessem o direito de passar o fim de semana ou feriados fora da unidade. Além disso, os investigadores descobriram que os agentes burlavam os registros de presença dos internos, utilizando assinaturas retroativas no livro de registros para encobrir o período em que os presos estavam ausentes da CAE.
A 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador, com base nas denúncias e nas evidências coletadas, determinou o afastamento de Francisco Carlos da Cunha de suas funções públicas no último dia 27 de março. O MP-BA, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais), segue conduzindo as investigações, para identificar outros possíveis integrantes da organização criminosa e esclarecer a prática de outros delitos associados.