Um levantamento do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), revelou dados sobre o perfil das vítimas e dos agressores em casos de violência doméstica no estado. O estudo, conduzido pelo Grupo de Pesquisas Judiciárias (GPJ), analisou processos envolvendo Medidas Protetivas de Urgência (MPUs) e trouxe um panorama detalhado da realidade enfrentada por milhares de mulheres.
Os dados apontam que 86,46% das vítimas são mulheres negras, com idade entre 30 e 39 anos. A maioria delas possui filhos com o agressor, o que, segundo especialistas, pode dificultar a separação e aumentar a exposição à violência.
Do outro lado, os agressores também são, em sua maioria, homens negros (86,29%), com idade entre 40 e 49 anos e que atuam profissionalmente no setor autônomo ou informal. O estudo ainda revela que os casos ocorrem, principalmente, à noite e estão frequentemente relacionados a rompimentos de relacionamento (44,21%), envolvendo agressões físicas e psicológicas.
A pesquisa foi baseada na análise de 44.304 processos do TJBA, com uma amostra detalhada de 380 casos de 112 comarcas do estado. Todas as informações foram coletadas de forma sigilosa, seguindo as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).