Lideranças da Câmara dos Deputados já admitem que conter o avanço do projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro será uma missão difícil. Com articulação da oposição e apoio suficiente para acelerar a tramitação, a proposta ganhou novo fôlego — e preocupação entre parlamentares da base. A apuração é da jornalista Tainá Falcão, da CNN Brasil.
A ofensiva foi impulsionada após a oposição reunir 262 assinaturas — cinco a mais que o mínimo necessário — para pedir urgência na votação. Sem o apoio declarado das lideranças, o PL contornou as cúpulas partidárias e buscou votos diretamente entre os deputados.
Agora, com a urgência protocolada, a decisão sobre levar ou não o texto ao plenário pode ser definida no dia 24 de abril, em reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes.
Nos bastidores, Motta tem apontado que a tática da oposição, de conquistar apoios no corpo a corpo, pode ser eficaz. Caso opte por pautar a proposta com respaldo das lideranças, há a percepção de que parlamentares ainda indecisos se sintam mais confortáveis para apoiar a medida.
Na última terça-feira (15), Hugo Motta sinalizou nas redes sociais que qualquer decisão será tomada em conjunto com os líderes. “Democracia é discutir com o Colégio de Líderes as pautas que devem avançar. Em uma democracia, ninguém tem o direito de decidir nada sozinho”, escreveu ele no X (antigo Twitter).
A declaração foi lida como um movimento para preparar o terreno político e dividir o peso de uma eventual aprovação do projeto entre a presidência da Casa e os líderes partidários.