A Polícia Federal (PF) indiciou o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, por suspeita de envolvimento em um esquema de apostas ilegais no futebol. A investigação aponta que o jogador teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023, com o objetivo de beneficiar apostadores ligados a ele.
O inquérito revelou mensagens trocadas entre Bruno Henrique e o irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, que reforçam a suspeita de fraude esportiva e estelionato. Em um dos diálogos, Bruno confirma que está “pendurado” com dois cartões e indica a partida contra o Santos como a data ideal para levar o terceiro, possibilitando as apostas.
“Não vou reclamar”, “Só se eu entrar forte em alguém”, diz o jogador nas mensagens.
Wander chega a comemorar a informação: “Boua já vou guardar o dinheiro investimento com sucesso”
A PF investiga 10 pessoas envolvidas no esquema de apostas em dois grupos, de acordo com os respectivos vínculos. Segundo informações da Metrópoles, o primeiro é composto por três apostadores, com vínculos familiares com Bruno Henrique, são eles:
- Wander Nunes Pinto Junior (irmão) – apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 1.180,67 (jogo contra o Santos).
- Ludymilla Araújo Lima (cunhada) – realizou a aposta em duas plataformas. Na primeira, apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 1.180,67. Na segunda, colocou R$ 500,00 e teve retorno de R$ 1.425,00 (jogo contra o Santos).
- Poliana Ester Nunes Cardoso (prima) – apostou R$ 380,86 e teve retorno de R$ 1.180,67 (jogo contra o Santos).
A investigação também identificou uma tentativa de Wander entrar de forma mais ativa no esquema, sendo informado por Bruno de que seria necessário “ter 10 mil reais por final de semana” para participar.
Bruno Henrique não se manifestou oficialmente. A assessoria do jogador foi procurada, mas preferiu não comentar o caso. A investigação teve início após alerta da International Betting Integrity Association (IBIA), que identificou apostas suspeitas na plataforma Kaizen Gaming, muitas delas feitas em Belo Horizonte (MG), cidade natal do atacante.
O caso segue sob apuração da Polícia Federal, que já indiciou 11 pessoas. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também acompanha o andamento das investigações.