A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) suspendeu por 90 dias o registro profissional do advogado criminalista João Neto, de 47 anos, preso em flagrante em abril por agredir a namorada em Maceió (AL). A medida foi motivada por condutas adotadas pelo advogado nas redes sociais, onde, segundo a OAB, ele utilizava sua influência digital para ensinar formas de escapar de punições por crimes.
Apesar de a prisão por violência doméstica ter motivado forte repercussão, a OAB informou que o processo ético-disciplinar foi instaurado exclusivamente por causa do comportamento do advogado nas plataformas digitais. A suspensão tem caráter preventivo e não cabe recurso.
João Neto deixou o sistema prisional de Alagoas na noite de terça-feira (13), após a Justiça revogar a prisão preventiva. Ele deverá cumprir medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. O caso segue sob segredo de Justiça.
Natural da Bahia, João Neto chegou a ingressar no curso de formação da Polícia Militar do estado, mas foi desligado há 15 anos após denúncia de agressão e por ter sido flagrado utilizando meios irregulares durante uma avaliação. Embora se identifique como ex-policial militar nas redes sociais, ele nunca chegou a atuar como agente formado.
Com milhares de seguidores, João Neto ficou conhecido por vídeos em que supostamente ensinava estratégias jurídicas para evitar punições legais. A OAB classificou essa conduta como incompatível com a ética profissional da advocacia.