O governo do Rio Grande do Sul declarou estado de emergência em saúde animal, após a confirmação da presença do vírus da gripe aviária em aves comerciais de uma granja em Montenegro, detectado na quinta-feira (15). A medida tem como objetivo controlar os focos da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), popularmente conhecida como gripe aviária, e terá vigência por 60 dias em 12 municípios da região.
O decreto abrange os municípios de Triunfo, Capela de Santana, Nova Santa Rita, Montenegro, Esteio, Canoas, Gravataí, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Cachoeirinha, Novo Hamburgo e Portão. Além do surto em Montenegro, o vírus também foi identificado em aves silvestres no Zoológico de Sapucaia do Sul.
No mesmo dia, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que os ovos para incubação fornecidos pela granja contaminada foram rastreados até seus destinos nos estados de Minas Gerais, Paraná e no próprio Rio Grande do Sul. Como medida preventiva, o Mapa determinou a destruição desses ovos, seguindo o plano de contingência para influenza aviária e doença de Newcastle.
O ministério ressaltou que não há comprovação de que os ovos estejam contaminados com o vírus da gripe aviária e que todas as ações necessárias para proteger a avicultura nacional estão sendo tomadas. É importante destacar que os ovos para incubação não são destinados ao consumo humano, mas sim para a produção de novas aves. A granja de Montenegro já iniciou a destruição dos ovos contaminados.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) acompanha o caso com atenção, ressaltando que esta é uma nova fase da presença do vírus na região, que até então havia sido registrado apenas em aves silvestres e de criação caseira. Desde 2022, mais de 4,7 mil surtos de gripe aviária altamente patogênica foram notificados na América Latina e no Caribe, afetando aves de criação, aves migratórias, mamíferos marinhos e até animais de estimação.
Segundo a FAO, a propagação do vírus acompanha as rotas naturais das aves migratórias, conectando ecossistemas do Canadá à Terra do Fogo. Além de representar uma ameaça à saúde animal, o vírus preocupa pela possibilidade de transmissão para humanos, bem como pelos impactos nos sistemas alimentares, na biodiversidade e na saúde pública da região.
Apesar dos riscos, a FAO reforça que o consumo de carne de frango e ovos continua seguro, especialmente quando bem cozidos, e que o risco de infecção humana é baixo. Nos últimos meses, países como Argentina, Colômbia, México, Panamá, Peru e Porto Rico também registraram casos de IAAP.
A organização destaca a importância de uma ação coordenada entre os países da América Latina para conter a propagação do vírus, protegendo a saúde animal, pública e fortalecendo os sistemas agroalimentares da região.
Com informações do g1 e Agência Brasil