A análise feita pela Associação Nacional de Usuários de Transporte de Cargas (ANUTC) revelou que o pedágio pode ficar até quatro a seis vezes mais caro depois que a nova empresa assumir a gestão das BR-324 e BR-116. O cálculo leva em consideração três pontos principais: a rentabilidade do negócio, os investimentos previstos e os custos de manutenção das vias.
O presidente da associação, Luiz Henrique Baldez, afirmou que a nova concessionária pretende implantar novas praças de pedágio, duplicar um trecho de 356 quilômetros, construir 50 passarelas e instalar mais de 200 novos pontos de ônibus. “Segundo a análise que fizemos, o pedágio vai atingir um nível muito elevado, podendo alcançar um valor de quatro a seis vezes maior do que o praticado atualmente e, principalmente, representar cerca de 20% do valor do frete. Isso vai encarecer o valor dos produtos que passam por essa importante rodovia da Bahia”, destacou.
Ainda de acordo com ele: “Os principais fatores que levam a esse aumento são a rentabilidade de 13% prevista no negócio, os investimentos — que representam 50% do valor da tarifa e estão concentrados nos 10 primeiros anos — e o custo de manutenção. Na nossa avaliação, a tarifa deveria cobrir apenas os custos operacionais, não os investimentos.”
Baldez também ressaltou a importância das rodovias no contexto nacional. “Estamos falando da principal via de acesso a Salvador, interligação com o Sudeste do país, e por onde passa um volume imenso de cargas. Um pedágio muito elevado vai encarecer demais o custo do transporte”, pontuou.
Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), realizou audiências públicas para discutir a nova concessão rodoviária que impactará diretamente 27 municípios baianos. O objetivo, segundo o gerente de Estudos e Projetos de Rodovias da ANTT, Stéphane Quebaud, é melhorar a infraestrutura das vias, trazendo benefícios como a redução do tempo de viagem, menores custos operacionais e mais eficiência logística.
De acordo com a ANTT, o investimento total estimado é de R$ 23,7 bilhões, sendo R$ 15,7 bilhões destinados a obras e melhorias (capex) e R$ 8 bilhões voltados à operação e manutenção das rodovias (opex). A previsão é de que o projeto gere aproximadamente 228 mil empregos, entre diretos, indiretos e por efeito renda.
As obras devem começar com ações emergenciais, como a recuperação do pavimento, melhorias na sinalização e reforço na segurança viária. Em seguida, está prevista a recuperação completa da rodovia, restabelecendo as condições ideais de tráfego.