A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (7) a Operação Virulência, que investiga supostas fraudes e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. As irregularidades ocorreram durante a contratação emergencial, sem licitação, para a reforma de uma unidade de saúde e implantação de um hospital de campanha no enfrentamento da COVID-19, em 2020.
Segundo a investigação, propostas fraudulentas em nome de duas entidades teriam sido utilizadas para simular uma concorrência. A manobra teria beneficiado uma terceira entidade, que foi contratada para executar tanto os serviços de reforma quanto os de atendimento médico-hospitalar. No entanto, os serviços foram efetivamente prestados por empresas terceirizadas, não previstas no contrato original.
A apuração da PF aponta que o contrato gerou pagamentos superiores a R$ 5,6 milhões à entidade vencedora. Desse valor, cerca de R$ 1,4 milhão foram identificados como superfaturamento — o que representa aproximadamente 26% do montante total contratado.
A operação contou com a participação de 29 policiais federais, que cumpriram sete mandados de busca e apreensão, além do sequestro de bens estimados em R$ 2,1 milhões. As ações ocorreram nas cidades de Camaçari (1) e Salvador (6), com ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal na capital baiana.
Os alvos da investigação poderão responder por crimes como fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e organização criminosa.