A maioria dos brasileiros é favorável ao fim da reeleição para cargos do Executivo, com 56% demonstrando apoio a proposta que tramita no Senado Federal, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 12/2022, já aprovada pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, é o que apontam dados da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta terça-feira (10).
Segundo matéria do InfoMoney, o levantamento aponta ainda que 37% dos entrevistados se opõem ao fim de mandatos consecutivos para os cargos de presidente, governador e prefeito, enquanto 7% não souberam responder.
A preferência pelo fim da reeleição é alta até mesmo entre eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro, sendo este um dos raros temas que criam consenso entre as duas partes, tradicionalmente opostas no cenário político.
De acordo com o levantamento, 56% dos eleitores de Lula em 2022 e 59% dos que votaram em Bolsonaro no segundo turno apoiam o fim dos mandatos consecutivos para o Executivo. A diferença de apenas três pontos percentuais entre os dois grupos de eleitores demonstra uma convergência incomum entre as partes.
Rejeição ao mandato de 5 anos
Apesar do amplo apoio ao fim da reeleição, outras mudanças incluídas na PEC não encontraram o mesmo respaldo entre os entrevistados. A proposta de aumento na duração dos mandatos do Executivo, de 4 para 5 anos, por exemplo, foi amplamente rejeitada pelos entrevistados, com 64% deles sendo contra a mudança. 31% se colocaram a favor do aumento, enquanto 5% não souberam ou não quiseram responder.
A rejeição representa um obstáculo significativo para a aprovação integral do texto, que prevê o aumento nos mandatos como condição para a extinção da reeleição.
Unificação das eleições
Já o trecho da PEC que propõe a unificação das eleições gerais e municipais, para que todos os cargos sejam eleitos em um único pleito, a cada 5 anos, a partir de 2034, dividiu mais as opiniões dos entrevistados, com 51% demonstrando apoio a mudança, enquanto 45% preferem a manutenção do sistema atual. 4% não souberam ou não quiseram opinar.
