O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), saiu em defesa do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mesmo após o Congresso Nacional impor uma dura derrota ao Palácio do Planalto ao aprovar, nesta quarta-feira (25), a derrubada do decreto que elevava a alíquota do imposto.
Em entrevista, Wagner afirmou que a proposta do governo busca promover justiça tributária. “Provavelmente 90% do povo brasileiro não sabe o que é IOF, porque não tem rendimento que justifique saber o que é isso”, disse o senador. Para ele, o aumento não afetaria a maioria da população, mas sim os que têm maior poder aquisitivo.
“É só assim que funciona em qualquer lugar do mundo: quem ganha mais paga mais, quem ganha menos paga menos, quem ganha pouco paga nada”, afirmou. Wagner ainda reforçou que a proposta está alinhada com o esforço do governo Lula para promover justiça social.
Apesar da articulação governista, o projeto que derruba o aumento do IOF foi aprovado com ampla maioria na Câmara dos Deputados: 383 votos a favor e apenas 98 contra. A derrota foi agravada pelo fato de que partidos que ocupam ministérios no governo também votaram majoritariamente contra a medida. No Senado, a aprovação ocorreu de forma simbólica, sem contagem nominal.
A votação pegou o Planalto de surpresa. A expectativa de aliados do presidente Lula era de que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), segurasse a análise da proposta por mais tempo. No entanto, a movimentação da base aliada foi insuficiente para barrar a articulação da oposição e da chamada “base rebelde”.