Durante um ato realizado neste domingo (29), na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a negar que tenha articulado uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em discurso para apoiadores, Bolsonaro afirmou que “jamais passaria a faixa para um ladrão”, em referência à sua ausência na cerimônia de posse do atual presidente, após viajar aos Estados Unidos antes do fim do mandato.
A declaração foi feita enquanto o ex-presidente se defendia das acusações que enfrenta em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a suspeita de tentar interromper a ordem democrática.
Bolsonaro também alegou ter colaborado com o processo de transição de governo. “Fizemos transição pacífica elogiada por Geraldo Alckmin (PSB), que foi responsável por receber isso do nosso lado”, afirmou. O ex-presidente acrescentou que nomeou dois comandantes das Forças Armadas a pedido do novo governo. “Quem quer dar golpe nomeia comandantes a pedido do governo opositor?”, questionou.
Sobre sua saída do país, Bolsonaro disse: “No dia 30, algo me fez sair do Brasil. Não era apenas para não passar a faixa? Jamais eu passaria a faixa para um ladrão.”
Em outro momento, atacou novamente o presidente Lula e criticou o tratamento que recebe da Justiça: “Me processam, mas não processam por corrupção, por desviar dinheiro da Petrobras, por assaltar o fundo de pensão do Banco do Brasil ou dos Correios. Não me processam por achar dinheiro em apartamento meu. Ou ter um sítio em algum lugar, ou um apartamento na beira da praia.”
Esta foi a sexta vez que Bolsonaro convoca apoiadores às ruas desde que deixou a Presidência. A manifestação deste domingo teve como slogan “Justiça Já” e concentrou críticas ao julgamento do ex-presidente no STF.