A falta de insulina nos postos de saúde e farmácias públicas tem preocupado milhares de pacientes diabéticos em todo o Brasil. O problema, que se arrasta há semanas, já atinge também cidades da Região Metropolitana de Salvador, deixando famílias em estado de alerta e pacientes sem acesso a um medicamento essencial para a sobrevivência.
Em Lauro de Freitas, Camaçari e Simões Filho, moradores relatam dificuldades para conseguir a insulina de ação rápida, fundamental no controle diário da glicemia. “Vim três vezes na farmácia da rede pública e não tem previsão de chegada. A gente não sabe o que fazer, porque quem tem diabetes tipo 1 não pode simplesmente esperar”, desabafa Marta Ferreira, mãe de um adolescente diabético em Camaçari.
O desabastecimento não é um problema isolado. Dados preliminares apontam que a falta da insulina afeta tanto unidades municipais quanto farmácias de alto custo vinculadas ao governo estadual. A situação tem levado pacientes a recorrerem à compra do medicamento na rede privada, onde o preço pode ultrapassar os R$ 300,00 por unidade — um custo inviável para muitas famílias.
Causas da crise
Segundo o Ministério da Saúde, o problema estaria ligado a entraves logísticos, atraso na entrega por parte de fornecedores internacionais e questões contratuais. Apesar das justificativas, a situação tem se agravado e, até o momento, não há uma previsão clara para a normalização do fornecimento.
Em nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que está acompanhando a situação de perto e cobrando uma solução urgente do governo federal. “Estamos articulando medidas emergenciais, inclusive com remanejamento de estoques entre os municípios, mas sabemos que isso é paliativo. É necessário que haja uma solução nacional para o problema”, diz o comunicado.
Risco à saúde
A falta de insulina representa risco imediato à vida dos pacientes, especialmente aqueles com diabetes tipo 1. Sem o uso regular do medicamento, há risco de descompensação, desenvolvimento de cetoacidose diabética e até morte.
Profissionais de saúde alertam para a importância de manter o monitoramento rigoroso da glicemia e, em caso de sintomas como enjoo, vômitos, tontura e dificuldade para respirar, procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Mobilização nas redes sociais
Diante da situação, pacientes e familiares têm se mobilizado nas redes sociais com campanhas de alerta e solidariedade. Grupos estão sendo criados para doação e troca de insulinas, além de pressionar autoridades para que o problema seja resolvido com urgência.
O que dizem as autoridades
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde informou que está tomando medidas para resolver a questão, mas não detalhou prazos. Já prefeituras da Região Metropolitana de Salvador afirmam estar buscando alternativas, como compras emergenciais, para tentar reduzir os impactos enquanto aguardam o fornecimento regular por parte do governo federal.