O Zoológico de Salvador será reaberto ao público nesta terça-feira (3) com algumas mudanças. Entre elas, a ausência de animais exóticos como leões, tigres e elefantes. A decisão faz parte de uma reformulação do espaço, que agora prioriza espécies da fauna brasileira e o acolhimento de animais resgatados que não têm condições de retornar à natureza.
A informação foi confirmada em entrevista ao jornal Correio pelo secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré. Segundo ele, a proposta é alinhar o parque a práticas mais sustentáveis e educativas.
“Não faz sentido exibir animais africanos em um parque brasileiro quando temos espécies locais que precisam de atenção e proteção. O foco agora é a biodiversidade nacional”, explicou.
A nova linha de atuação prevê o cuidado de animais resgatados, vítimas de tráfico, maus-tratos ou acidentes, que dependem de suporte veterinário permanente. Também integram o acervo espécies nascidas no próprio zoológico.
Alguns animais que não pertencem à fauna brasileira continuam no parque, por terem sido integrados antes da mudança de política, como um casal de hipopótamos, uma zebra e dois ursos-de-óculos — estes últimos originários da Cordilheira dos Andes.
Para a bióloga Ana Celly Lima, gestora técnica do espaço, a valorização de espécies brasileiras é uma forma de contribuir com a preservação da biodiversidade e com o trabalho de educação ambiental junto ao público. Ela destaca, por exemplo, o papel do parque na proteção de espécies como o papagaio-chauá, que corre risco de extinção.
Após quase três meses de reformas, o zoológico reabre com novas estruturas e experiências para os visitantes. Entre os destaques está o Sítio Paleontológico, que traz uma réplica em tamanho real de um Tiranossauro Rex (T-Rex) e exibe ossadas reais de uma orca, um golfinho e uma baleia-jubarte encontradas no litoral da Bahia.
O Aviário, fechado desde 2019, será reaberto com mais de 200 aves em um ambiente que simula seu habitat natural. Outro diferencial é o roteiro 360°, que permite um passeio contínuo e completo pelo parque, com entrada e saída pela mesma portaria.
Ao todo, são 35 espaços de visitação, entre eles áreas dedicadas a primatas, serpentes, felinos, jacarés, araras, lontras, emas e cervos-do-pantanal.