A Praça General Labatut, no bairro de Pirajá, foi mais uma vez nesta terça-feira (1º) palco da tradicional chegada do Fogo Simbólico a Salvador, cerimônia cívica que marca o início das comemorações do 2 de Julho na capital baiana.
A chama chegou pelas mãos da atleta máster Lucy dos Santos, vinda da cidade de Simões Filho, responsável pelo acendimento da Pira localizada no Panteão de Pirajá.
Conforme a tradição, o Fogo Simbólico saiu na última segunda-feira (30) das cidades de Cachoeira, no Recôncavo, e de Mata de São João, no Litoral Norte, e percorreu outros vários municípios importantes para o sucesso da Independência do Brasil na Bahia antes de chegar a Salvador nesta véspera do 2 de Julho.
Além do acendimento da pira, o ato contou com o hasteamento das bandeiras, a execução do Hino Nacional Brasileiro pela Banda de Música da Polícia Militar da Bahia e a colocação de flores no túmulo do General Labatut pelas autoridades presentes. Logo após a cerimônia, o Cortejo Afro realizou uma apresentação especial na Praça General Labatut.
O presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro, hasteou a bandeira de Salvador; o prefeito de Simões Filho, Devaldo Soares hasteou a bandeira da Bahia; e a Tenente-Coronel Nadja, do Comando da 6ª Região Militar do Exército Brasileiro, foi responsável por hastear a bandeira do Brasil.
Guerreiro comentou que o ato tem um valor simbólico e pedagógico, além de ser realizado em um dos bairros mais importantes da história da luta pela independência. “Esse é um momento muito especial, em que a gente comemora e homenageia esse bairro, o povo de Pirajá, os ancestrais desse bairro, que foram fundamentais para que essa independência acontecesse. Eu sempre digo: não é a independência da Bahia. É a independência do Brasil, na Bahia. Sem a Bahia, nada disso faria sentido. E sem Pirajá também não”, disse.
Segundo o presidente da FGM, o trajeto do Fogo Simbólico do Recôncavo e do Litoral Norte até Pirajá representa uma união de esforços. “As duas forças já se encontraram e agora vêm para cá, para marcar a participação desse bairro que foi fundamental no processo da independência do Brasil na Bahia. Pirajá e Itaparica têm quase a mesma história: de luta, resistência, fé e defesa do nosso povo. Isso precisa ser conhecido por todos, especialmente pelas crianças. É uma história que deve ser ensinada nas escolas”, completou.
Responsável pelo acendimento da pira, Lucy dos Santos tem 54 anos e é natural de Simões Filho. A atleta máster é recordista do lançamento do martelo e veterana nas celebrações do 2 de Julho, já que há 39 anos participa do ato simbólico. “É um orgulho para mim estar aqui, pois esta é uma data muito especial pra nós, baianos, porque representa a Independência do Brasil. Também estou aqui representando Maria Quitéria, essa soldado guerreira voluntária que não pode ser esquecida. Nós também somos guerreiras”, disse.
O maratonista Antônio Lourenço Pereira, 68 anos, acompanhou o roteiro tradicional da chama, que teve início em Cachoeira, no Recôncavo baiano. Ele também passou por cidades como Saubara, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Candeias e Simões Filho, até chegar à capital baiana. “Há 38 anos estou nesse percurso. O segredo para manter o pique é se cuidar e treinar. Eu sou maratonista, corro o Brasil nas maratonas. É sempre uma alegria conduzir a chama da liberdade”, afirmou.
Nesta quarta-feira (2), ponto alto da festividade, os carros dos Caboclo e da Cabocla saem no cortejo cívico-cultural que parte da Lapinha, passando pelos bairros da Soledade, Barbalho e Santo Antônio Além do Carmo, até chegar ao Pelourinho e, por fim, ao Campo Grande, onde o povo baiano depositará oferendas as imagens que são símbolos da liberdade.
