O atacante Bruno Henrique, 34, do Flamengo, tornou-se réu na sexta-feira (25) em ação por fraude esportiva relacionada a apostas. A decisão é do juiz Fernando Brandini Barbagalo, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios), que acolheu denúncia do MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios).
Além do jogador, também foi denunciado seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior. Ambos foram denunciados por manipulação de resultado, mas a acusação de estelionato foi rejeitada.
Segundo o MPDFT, Bruno Henrique teria forçado um cartão amarelo durante partida entre Flamengo e Santos, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2023, realizada em Brasília. A ação teria beneficiado apostadores próximos ao jogador, incluindo seu irmão, que lucraram com apostas específicas na advertência ao atacante.
Na decisão, o juiz afirmou que há indícios suficientes de conduta criminosa. “Os elementos informativos indicam existência de conduta criminosa praticada pelo denunciado Bruno Henrique, em conluio com o denunciado Wander Nunes”, escreveu Barbagalo.
A denúncia tem como base investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público, e um alerta enviado à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pela IBIA (International Betting Integrity Association), entidade internacional que monitora irregularidades em apostas esportivas.
Três casas de apostas, Betano, GaleraBET e KTO relataram movimentações atípicas envolvendo o cartão amarelo ao jogador, com apostas feitas por usuários novos e antigos, algumas delas a partir de Belo Horizonte, cidade natal do atacante.
Defesa confia em arquivamento do processo
Em nota, a defesa de Bruno Henrique afirmou que a maior parte da denúncia foi rejeitada pela Justiça e demonstrou confiança no arquivamento do processo. “Bruno Henrique segue confiando na Justiça, enquanto mantém foco e dedicação total à vida de atleta de futebol, certo de que jamais tomou parte em qualquer esquema de apostas esportivas.”
Apesar da acusação na esfera criminal, Bruno Henrique segue atuando normalmente pelo Flamengo. Ele foi capitão na vitória contra o Red Bull Bragantino, na última quarta-feira (23), pelo Brasileirão. O jogador ainda não foi denunciado pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
O tribunal recebeu em junho o inquérito que apura a conduta do atacante. O prazo para decidir se formaliza a denúncia ou arquiva o caso termina em agosto. A investigação recomenda denúncia com base no artigo 243 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que trata de atuação deliberada contra a própria equipe.
Se condenado na esfera esportiva, Bruno Henrique pode ser suspenso por até seis meses e multado. Também há a possibilidade de suspensão preventiva, o que ainda não foi adotado.
