A noite do último sábado (12) em Camamu, no Sul da Bahia, escancarou mais uma vez o estado de abandono em que se encontra a segurança pública baiana. Criminosos do Comando Vermelho, em um ataque coordenado, metralharam a unidade da Polícia Militar e a residência do comandante do pelotão local, subtenente Joaby, usando fuzis de grosso calibre. Felizmente, não houve vítimas. Mas o recado deixado foi claro: o crime organizado já não teme mais o Estado.
O episódio é mais um reflexo do que se vê em diversas cidades do interior e da Região Metropolitana de Salvador. O avanço do tráfico, os confrontos diários, a população acuada enquanto o governo da Bahia, sob comando de Jerônimo Rodrigues (PT), parece adotar uma postura de silêncio, quando não de omissão.
O problema não é isolado. Já não se trata apenas de bairros esquecidos, mas de estruturas do próprio Estado sendo atacadas de forma aberta e sem pudor. Quando bandidos se sentem à vontade para atirar contra uma unidade da PM e a casa de um comandante, é sinal de que não há mais respeito, não há mais controle, não há mais segurança.
O governo estadual, em vez de assumir a gravidade da situação, segue apostando em discursos vazios, promessas recicladas e ações pontuais que não resolvem o problema na raiz. Faltam investimentos reais em inteligência, efetivo policial, valorização dos profissionais da segurança e políticas integradas que vão além do discurso.
A Bahia lidera rankings de violência há anos, e o atual governo não demonstrou até aqui capacidade de reverter esse cenário. Pior: enquanto os números e os episódios se multiplicam, a sensação para o cidadão é a de que cada um está por sua conta.
Chegou a hora de o governador Jerônimo Rodrigues sair da bolha política e enfrentar de frente o problema que aflige baianos de todas as regiões: a segurança pública virou bagunça, e o Estado precisa urgentemente retomar o controle. Ficar calado ou minimizar a gravidade dos fatos é, no mínimo, um desrespeito com quem vive o medo na pele.