Os policiais militares que participaram da ação que terminou com a morte de dois jovens na Estrada da Cetrel, em Camaçari, na localidade conhecida como Canto dos Pássaros, foram afastados temporariamente das atividades operacionais. A ocorrência aconteceu na última terça-feira (8).
As vítimas foram identificadas como Gilson Jardas de Jesus Santos, de 18 anos, e Luan Henrique Rocha de Souza, de 20. De acordo com a Polícia Militar, os agentes realizavam rondas na região quando foram surpreendidos por dois homens armados que atiraram contra a guarnição. Houve revide e, após o confronto, os dois suspeitos foram encontrados feridos, socorridos e levados ao Hospital Geral de Camaçari, mas não resistiram.
Com os jovens, a PM afirma ter apreendido duas pistolas calibre .40, uma espingarda calibre 12 e um simulacro de pistola. O material foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Camaçari.
No entanto, familiares das vítimas contestam a versão apresentada. Em vídeos que circulam nas redes sociais , parentes acusam os policiais de execução. “Onde estão as armas? Eles não tinham armas!”, afirma a mãe de um dos jovens, ainda no local da ocorrência, enquanto os policiais prestavam socorro.
Diante da repercussão e das denúncias, os agentes envolvidos foram afastados das ruas até a conclusão das investigações, que estão sob responsabilidade da Polícia Civil.
Em nota a polícia militar afirma que:
” A Polícia Militar da Bahia (PMBA) informa que instaurou apuração administrativa, por meio da Corregedoria, para analisar a conduta dos policiais militares envolvidos na ocorrência registrada no município de Camaçari, na última terça-feira (8). A investigação interna ocorre paralelamente ao inquérito conduzido pela Polícia Civil, que inclui a apreensão e perícia das armas utilizadas na ação. A pedido do Comandante-Geral, a apuração será acompanhada pelo Ministério Público, reforçando o compromisso da Corporação com a transparência e a lisura do processo.
Os policiais foram afastados das atividades operacionais, conforme previsto nos protocolos institucionais, e serão encaminhados ao Departamento de Promoção Social (DPS), onde passarão pelo atendimento psicológico previsto na diretriz que determina o acolhimento imediato aos policiais envolvidos em ocorrências com resultado morte. A medida visa à preservação da saúde mental e à manutenção da qualidade do serviço prestado à população.
A PMBA reafirma seu compromisso com a legalidade, a ética e a responsabilidade, mantendo a transparência como princípio essencial de sua atuação.”