A manobra, que vem sendo feita pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que desde março reside nos Estados Unidos, contra o Brasil, está sendo interpretada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, como “traição”. Para ele, as ações do parlamentar desfavoráveis ao país são consideradas como inadmissíveis.
“É inadmissível que parlamentares eleitos pelo povo trabalhem contra o país. […]. É lamentável e revoltante constatar que representantes eleitos pela população, que deveriam defender os interesses do Brasil, estejam agindo de forma traiçoeira contra a própria nação apenas para tentar escapar das consequências de seus próprios atos”, disse Rui.
A declaração do titular da Casa Civil na manhã desta quarta-feira, 30, em entrevista à Rádio Portal do Oeste, localizada em Ibotirama, acontece após o filho ‘03’ do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitir que “atua para sabotar a missão de senadores brasileiros nos Estados Unidos”, que estão em Washington desde segunda-feira, 28, para tentar reverter o tarifaço de 50% sobre as exportações brasileiras.
Para Rui, o parlamentar age por interesse próprio como forma de fugir das punições previstas pela Justiça brasileira, tendo em vista que o deputado federal e o seu pai são alvos do Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre o suposto golpe de Estado.
“O que essas pessoas buscam é claro: instrumentalizar o Brasil, prejudicar a economia nacional, afetar nossos produtores, empresários e trabalhadores para tentar se livrar das penalidades legais que os aguardam”, afirmou o ministro.
Prisão de Carla Zambelli
Durante entrevista, Rui também lembrou da prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), aliada de primeira hora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na Itália, na terça-feira, 29. A parlamentar foi presa no apartamento em que vivia em Roma, durante ação da Polícia Federal brasileira em parceria com os agentes italianos.
“Entre eles, estão figuras como o próprio Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli — que protagonizou um episódio criminoso ao correr armada pelas ruas de São Paulo, apontando uma pistola para um homem negro, e que agora foi detida na Itália, país para o qual havia fugido”, citou Rui Costa.
A deputada federal estava foragida do país há quase dois meses para escapar do cumprimento da pena de 10 anos de prisão imposta pelo STF. Ela foi condenada por participar da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Por fim, o ministro disse: “É inadmissível, é inaceitável, é um atentado à democracia e ao mandato popular que políticos eleitos ajam deliberadamente contra os interesses do país e da população brasileira”.