Uma das mais movimentadas rodovias federais que cortam a Bahia, a BR-324 está com radares fixos desativados desde o início deste mês. A falta de fiscalização eletrônica ocorre em razão da suspensão temporária do programa que viabiliza o processamento das imagens obtidas pela tecnologia, por insuficiência de recursos, segundo informações do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Por parte de especialistas e de motoristas, já há preocupação com o aumento de riscos no trânsito, uma vez que a BR-324 é campeã de infrações por excesso de velocidade.
De acordo com o DNIT, a suspensão do Programa Nacional de Controle de Velocidade (PNCV) vai impactar os 26 estados e o Distrito Federal, totalizando o monitoramento de 3.887 faixas. Isso tudo porque, na prática, sem os recursos necessários, as imagens captadas pelos radares não são processadas por técnicos ou analisadas por agentes de trânsito.
Até então, o PNCV é o principal instrumento da política nacional de segurança viária voltado à preservação de vidas e à redução de riscos nos trechos da malha rodoviária sob a administração da autarquia. Luide Souza, especialista em trânsito, destaca que a ausência do programa desampara a segurança nas rodovias.
“Por lei, os radares são a única maneira legal de avaliar e comprovar o excesso de velocidade e consequentemente punir os infratores. É motivo de preocupação a desativação, porque esta medida vai encorajar o cometimento desta infração, tornando as rodovias brasileiras ainda mais perigosas”, frisa.