Durante o julgamento de Janailton Lomba Almeida, o “Dedei”, acusado de assassinar e ocultar o corpo de Telma dos Santos Leal, a defesa reforçou sua linha principal de argumentação: não existem provas materiais que comprovem que o réu seja o autor do crime que está preso desde 2022. O Jornal Candeias acompanha o julgamento em tempo real.
Em sua fala, os advogados pediram cautela às sete juradas que compõem o júri popular. “Não coloquem uma pessoa inocente na cadeia”, declarou a defesa, frisando que o processo se apoia em presunções e testemunhos frágeis.
Segundo os defensores, a acusação não conseguiu demonstrar com clareza o que teria acontecido manhã do desaparecimento de Telma. “O que estamos vendo aqui é uma falácia. Não existe certeza absoluta de que foi ele quem matou Telma”, argumentaram, lembrando que até hoje o corpo da vítima nunca foi encontrado.
A defesa ainda destacou que uma série de elementos não foram devidamente investigados ao longo do inquérito e que a falta de provas periciais sólidas enfraquece a tese de homicídio praticado por Dedei. Para os advogados, as lacunas existentes no processo tornam impossível sustentar a condenação.
A linha da defesa seguida na argumentação é de que não se pode condenar alguém apenas por suposições e que a dúvida precisa beneficiar o acusado.
Promotor afirma “mentiroso, caulculista e frio”
Houve mais cedo uma fala contundente do promotor de Justiça Luís Eduardo Souza, que representa o Ministério Público no caso. O promotor descreveu como, segundo a acusação, o crime teria ocorrido.
Segundo Luís Eduardo, Janailton cometeu o crime com barbaridade e crueldade. “Ele estrangulou ela dormindo, já dopada. Colocou no carro, saiu, assassinou com um revólver e enterrou ela em algum lugar. E o corpo nunca foi encontrado”. Em seguida, o promotor questionou os jurados sobre a gravidade da ocultação do corpo, estabelecendo uma comparação direta com outro caso de grande repercussão nacional: “Ah, como é que some com um corpo assim? Lembrem do caso do goleiro Bruno”. O promotor classificou o réu como “mentiroso, frio e covarde”.
Filhos acusam Pai
Mais cedo, os filhos do casal prestaram depoimentos emocionantes, afirmando acreditar que o pai foi o responsável pela morte da mãe. O réu, por sua vez, negou as acusações, dizendo: “Estou sendo julgado por uma coisa que não fiz, tem um bocado de gente apontando o dedo para mim, por uma que não fiz”.
O júri popular, composto por sete mulheres, segue ouvindo os debates entre acusação e defesa. O caso, que se arrasta há mais de cinco anos sem que o corpo da vítima tenha sido encontrado, mantém a cidade em expectativa por um desfecho.