As dores na coluna cervical, que conecta o crânio ao restante da coluna vertebral, estão entre as queixas mais comuns em consultórios médicos e podem indicar condições graves, como compressão das raízes nervosas ou da medula espinhal. O atraso no tratamento dessas alterações pode resultar em perda de força, formigamento, limitação de movimentos e sequelas neurológicas permanentes.
O apresentador Bruno de Luca compartilhou recentemente as consequências de uma cirurgia de emergência para tratar hérnia de disco que comprimiu a raiz nervosa C5, causando perda dos movimentos no braço e ombro. Apesar da intervenção, ele segue em reabilitação e ainda não recuperou funções motoras básicas, reforçando os riscos da demora no diagnóstico.
“Eu não conseguia mais elevar o ombro, nem para frente nem para o lado. Perdi movimentos básicos que só valorizamos quando perdemos. Hoje, ainda não consigo realizar gestos simples, como torcer o braço ou levantar a mão completamente”, relatou Bruno em vídeo nas redes sociais.
O ortopedista Djalma Amorim Jr., especialista em coluna e membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), alerta que o atraso na cirurgia pode causar sequelas irreversíveis, comprometendo a qualidade de vida dos pacientes.
“Compressão da raiz nervosa ou da medula, especialmente na região cervical, pode evoluir silenciosamente e causar perdas motoras graves. É essencial investigar rapidamente qualquer sintoma neurológico”, explica o especialista.
As causas comuns da compressão incluem hérnia de disco, artrose, instabilidade ou traumas na coluna. As funções afetadas variam conforme a raiz atingida (C5, C6 ou C7), comprometendo movimentos como elevar o braço, segurar objetos ou abrir os dedos. O diagnóstico precoce e a intervenção rápida são fundamentais para preservar a função motora.
“Mesmo após a cirurgia, parte dos danos pode ser irreversível. Por isso, o tempo é crucial: quanto antes a descompressão for realizada, maiores as chances de recuperação”, reforça Djalma Amorim Jr.
Principais sinais para procurar um ortopedista:
1. Dor persistente no pescoço com irradiação para os braços
2. Formigamento frequente nas mãos ou dedos
3. Perda de força nos braços ou dificuldade para segurar objetos
4. Incapacidade de elevar os braços ou realizar movimentos simples
5. Alterações no equilíbrio ou coordenação motora