O número de mortes causadas pela influenza na Bahia cresceu quatro vezes entre os primeiros seis meses de 2024 e o mesmo período de 2025, segundo dados do Departamento de Informação e Informática do SUS (DataSUS). Enquanto em 2024 foram registradas 20 mortes pela doença no estado, neste ano o total subiu para 97, com uma divisão quase igual entre homens (49) e mulheres (48). A cidade de Guanambi, no centro-sul da Bahia, lidera o ranking, respondendo por 19,6% dos óbitos, com 19 mortes.
Embora a influenza seja uma doença prevenível por vacina, a baixa cobertura vacinal tem sido motivo de preocupação para as autoridades. Dos 3,4 milhões de baianos que fazem parte do grupo prioritário para imunização, que inclui gestantes, crianças e idosos, apenas 1,2 milhão tomou a dose única do imunizante neste ano. Outros 91 mil receberam a primeira dose, mas somente 54 mil retornaram para completar o esquema vacinal, ou seja, 60% das pessoas que iniciaram a vacinação não finalizaram o ciclo.
A Bahia recebeu pouco mais de cinco milhões de doses da vacina contra a gripe, que já foram distribuídas para os 417 municípios do estado, responsáveis pelas campanhas locais. Apesar da ampliação da vacinação para toda a população a partir de seis meses de idade, apenas 2,7 milhões de doses foram aplicadas até o momento. Na capital, Salvador, desde o início da campanha em março, foram aplicadas 514,7 mil doses para o público em geral e 224,5 mil para os grupos prioritários, correspondendo a 40,5% da meta. As vacinas estão disponíveis em todas as salas de vacinação da cidade, além de ações em locais como shoppings, hospitais e escolas.
Especialistas alertam que a baixa adesão à vacinação pode levar ao aumento dos casos graves e das mortes por influenza. A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria da Saúde da Bahia, Vânia Vanden Broucke, destaca que os grupos mais vulneráveis, quando não imunizados, estão mais sujeitos a complicações sérias da doença, incluindo casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). O Ministério da Saúde reforça que qualquer pessoa a partir de seis meses pode se vacinar contra a gripe, independentemente de estar nos grupos prioritários.