O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta quarta-feira (6), que o tarifaço imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros pode ter um efeito positivo no mercado interno, com queda nos preços de alimentos como carne e café.
A tarifa de 50% entrou em vigor nesta quarta, e atinge cerca de 35,9% das exportações do Brasil para os EUA, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Itens como suco de laranja, petróleo e veículos ficaram de fora.
Durante entrevista à rádio Princesa FM, de Feira de Santana, Rui disse que a redução da demanda externa já começou a impactar os preços no Brasil.
“O preço da carne no Brasil inteiro está caindo porque, mesmo sendo uma parcela menor de toda a produção da carne que vai para os EUA, essa parcela uma boa parte dela ficará aqui no mercado interno, o que ajuda a reduzir preço até que eventualmente o exportador consiga outro país para poder exportar. Já estamos vivendo, graças a Deus, uma queda do preço. Assim como o café e outros produtos terão queda de preço. Isso é bom para população”, disse Rui Costa.
O ministro acrescentou que o governo Lula(PT) tem acelerado negociações com Chinae Índia para diversificar os destinos das exportações brasileiras e atrair novos investimentos.
“O impacto é importante, mas ele não é devastador para economia nacional. Quinze, 20 anos atrás, o Brasil exportava mais de 25% para os EUA. Se fosse naquela época, o estrago seria gigantesco, mas hoje o Brasil exporta apenas 12% e muitos produtos exportados para lá são facilmente realocados para outros países, por exemplo, carne”, afirmou o ministro.
Economistas avaliam que os preços podem cair no curto prazo, mas alertam que o valor da carne pode voltar a subir, devido à redução no abate de animais. Já o café registrou queda de 0,36% em julho, a primeira em 18 meses, de acordo com o IPCA-15.
“Estamos intensificando essa diversificação de investimentos, buscando comprar e vender produtos e trazer investidores de países diferentes para que, primeiro, o Brasil possa receber muitos investimentos, segundo, investimentos de nacionalidades diferentes para não ficar dependente de país nenhum”, completou Rui Costa.