O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta sexta-feira (29) que a corporação vai investigar com “sobriedade e energia” todos os envolvidos no esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo Rodrigues, não haverá blindagem para suspeitos, sejam agentes públicos ou empresários.
“Não descarto a possibilidade de participação de agentes políticos. Faremos essa investigação com a sobriedade e energia necessária para identificar todos aqueles envolvidos, seja na questão das fraudes da cadeia de combustível ou do uso desse esquema para lavar dinheiro oriundo de um crime anterior”, disse Rodrigues à Globonews.
“Não faremos a seleção de investigados. Vamos investigar quem encontrarmos provas: sejam políticos, empresários, funcionários públicos ou da iniciativa privada. Vamos atuar com o rigor e a responsabilidade de sempre”, completou.
O diretor também defendeu mudanças regulatórias para reduzir brechas usadas por organizações criminosas em fraudes e lavagem de dinheiro.
“Vamos alertar setores para que adotem medidas regulatórias, como a instituição da carteira de identidade nacional com biometria, para evitar fraudes e diminuir a vulnerabilidade do INSS. No sistema financeiro, agora identificamos a vulnerabilidade de camadas que dificultam a identificação de quem é quem no processo”, afirmou o diretor da PF.
De acordo com as investigações, a facção criminosa chegou a controlar 40 fundos de investimento, com patrimônio de mais de R$ 30 bilhões, usados para lavar dinheiro, blindar patrimônio e financiar a compra de ativos estratégicos.