A primeira-dama, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, pode ser chamada a prestar depoimento em uma ação popular que questiona a legalidade de suas viagens internacionais custeadas pelo governo federal. O pedido foi protocolado na 9ª Vara Cível da Justiça Federal, no Distrito Federal.
A ação foi movida pelo vereador Guilherme Kilter (Novo) e pelo advogado Jeffrey Chiquini da Costa. Eles pedem a anulação dos atos administrativos que autorizaram os reembolsos das viagens e a devolução do dinheiro aos cofres públicos.
De acordo com informações do Painel de Viagens do Executivo, desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Janja e sua equipe já utilizaram cerca de R$ 237 mil em passagens aéreas comerciais. Em parte dessas viagens, a primeira-dama voou em classe executiva, benefício restrito a ministros e servidores de alto escalão, função que ela não exerce oficialmente.
Para Kilter, o uso da estrutura estatal pela esposa do presidente fere princípios constitucionais:
Janja precisa justificar à Justiça por que utiliza recursos e a estrutura do governo como se ocupasse um cargo público. Isso vai contra a legalidade e a moralidade administrativa — declarou o vereador.
Outro ponto levantado é o custo elevado dos deslocamentos. Segundo os dados, 97% das passagens foram compradas com até 15 dias de antecedência, o que encarece os bilhetes. Não houve registro de viagens planejadas com mais de nove dias de antecedência.