Hoje, São Francisco do Conde começa a escrever o capítulo final de uma história marcada pela decepção, pela covardia e pela ganância.
As chuvas que caem sobre a cidade não são apenas um fenômeno do tempo — são um ato simbólico da natureza, lavando as ruas, purificando o solo e preparando o povo para virar a página de um ciclo que apodreceu. Mas hoje, mais do que votar um projeto, os vereadores vão se revelar. O povo vai ver, com nomes e sobrenomes, quem está do lado da cidade e quem se ajoelhou ao lado de Calmon.
As águas que caem sobre a cidade, a tempestade que insiste em não ir embora, parecem ter vindo para lavar e purificar o chão franciscano — e abrir caminho para uma nova página que, em breve, será virada. Hoje, os vereadores vão votar o projeto que destrói o “Pão na Mesa”, um programa criado para garantir o direito à alimentação e à dignidade de milhares de famílias franciscanas.
Um projeto que reduz o valor, corta beneficiários e abre brechas para reduzir a apenas 10% o que antes era um alívio para quem mais precisa.
Será o momento em que a história mostrará quem está do lado do povo e quem escolheu ficar do lado do prefeito Antônio Calmon.
Entre a honra e a desonra
Hoje, São Francisco do Conde assistirá a um divisor de águas. De um lado, os que manterão a honra, escolhendo defender o direito de quem mais precisa. Do outro, os que carregarão para sempre a desonra de ter votado contra o povo.
O prefeito Antônio Calmon, a partir deste dia, começa a encerrar melancolicamente a sua trajetória política — não por uma crise financeira, nem por dificuldades de gestão, mas por ter escolhido o pior caminho que um líder pode trilhar: o da ambição e da traição ao povo.
Como diz o ditado popular, “vendeu a alma ao diabo”. Trocou o abraço sincero do povo pelos abraços falsos dos poderosos; trocou o sorriso genuíno das ruas pelos sorrisos vazios dos conchavos; trocou o travesseiro da consciência tranquila pelo peso do medo, do tic-toc na porta, e dos pesadelos que não cessam.
As águas que purificam
As chuvas que caem sobre a cidade parecem simbólicas. Elas lavam, limpam e revelam — porque a verdade sempre emerge quando a sujeira começa a descer pelo ralo. As águas que caem do céu são um aviso da história:
elas vêm lavar a cidade, limpar os rastros da corrupção, e revelar quem é quem. Hoje, São Francisco do Conde verá quem são os cúmplices do desmonte social, quem se ajoelha diante do poder, quem se vende por cargos e promessas.
E verá também quem tem coragem de dizer “não” ao opressor.
Os novos heróis e os novos vilões
Na história de São Francisco do Conde, há um símbolo de resistência: o Barão de São Francisco, o patriarca da liberdade baiana, que se recusou a se curvar ao poder de Portugal.
Hoje, os vereadores terão a chance de decidir se querem ser lembrados como herdeiros dessa coragem — ou como submissos ao poder que oprime e empobrece seu próprio povo. A votação de hoje, ainda que em uma sessão marcada pela ilegalidade e pela pressa, revelará os dois lados da história: os que constroem e os que destroem; os que libertam e os que aprisionam; os que defendem o pão e os que alimentam o poder.
São Francisco do Conde viverá, neste dia, um marco de verdade e consequência.
Os votos dados hoje ecoarão amanhã — nas ruas, nas praças e nas urnas. Os vereadores decidirão mais do que um projeto: decidirão como serão lembrados. Como defensores do povo ou como cúmplices do seu sofrimento.
Como vozes da dignidade ou ecos da submissão.
A história é implacável. E, a partir de hoje, ela começará a escrever quem serão os novos heróis — e os novos vilões — de São Francisco do Conde.