Chamadas telefônicas que terminam em silêncio podem parecer inofensivas, mas especialistas alertam que elas fazem parte de um esquema conhecido como “golpe da voz”, uma tática usada por cibercriminosos para identificar números ativos, coletar amostras de voz e aplicar fraudes com inteligência artificial.
Segundo a Polícia Civil de São Paulo, o golpe começa com uma ligação de número desconhecido. Ao atender e dizer algo como “alô?”, o som é gravado para confirmar que a linha está ativa e pertence a uma pessoa real. Essas informações são vendidas em bancos de dados clandestinos e podem servir de base para golpes mais elaborados, como phishing, roubo de identidade e até clonagem de voz por IA.
Com apenas alguns segundos de áudio, criminosos conseguem treinar sistemas de inteligência artificial para recriar a voz da vítima, imitando tom, ritmo e até expressões emocionais. Assim, passam a ligar para familiares ou bancos, simulando pedidos de ajuda ou autorizações financeiras falsas.
Como se proteger?
Autoridades recomendam medidas simples, mas eficazes, como evitar atender números desconhecidos. Se atender e ninguém responder, desligue imediatamente. Outra dica é não dizer “sim” nem confirmar dados pessoais. Essas respostas podem ser gravadas e usadas de forma fraudulenta.
Você pode também ativar o bloqueio de chamadas desconhecidas no celular, além de nunca fornecer informações bancárias ou senhas por telefone.
Criar uma palavra-chave com familiares, para confirmar a identidade em situações suspeitas, também pode ser uma alternativa. E o mais importante é denunciar números fraudulentos às operadoras e à polícia.