O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou neste sábado (18) que o Brasil não aceitará ser tratado com arrogância por outras nações. A fala ocorre em meio ao esforço do governo para reconstruir a relação com os Estados Unidos, que em agosto impuseram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e aplicaram sanções a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A gente quer formar uma doutrina latino-americana, com estudante latino-americano, pra que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente. Que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil, porque a gente não vai aceitar. Não é uma questão de coragem, é uma questão de dignidade e caráter”, declarou Lula.
O pronunciamento ocorreu durante um encontro com estudantes em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo. Na ocasião, o governo anunciou um edital que prevê apoio a até 500 cursinhos populares em todo o país em 2026, com investimento estimado em R$ 108 milhões.
Relação com os Estados Unidos
Em 23 de setembro, durante discurso na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente americano Donald Trump disse ter tido uma “química excelente” com Lula após uma breve conversa e destacou o abraço que trocaram.
Duas semanas depois, ambos conversaram por telefone sobre as tarifas impostas pelos EUA. A ligação, que durou cerca de 30 minutos, teve “tom amigável” e foi considerada positiva pelo governo brasileiro.
Após o diálogo, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se reuniram em Washington na quinta-feira (16). Também está sendo avaliada a possibilidade de um encontro entre Lula e Trump durante a reunião da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, para onde os dois mandatários têm presença confirmada.