O prefeito Antônio Calmon deve comparecer nesta quarta-feira (29) a uma reunião no Ministério Público da Bahia (MP-BA) acompanhado de um verdadeiro batalhão de advogados e funcionários da empresa Gradus responsável pela contabilidade da Prefeitura de São Francisco do Conde com o objetivo de tentar defender o indefensável: a não execução da decisão judicial que o obriga a pagar os 11 meses atrasados do programa Pão na Mesa.
A estratégia, segundo apurou o é fazer um show pirotécnico e fantasioso, e aplicar um baratino digno do próprio Calmon tentando convencer o MP de que o município “não tem recursos” para cumprir a decisão. No entanto, o Portal da Transparência da própria Prefeitura mostra que, até o dia 23 deste mês, o município já arrecadou quase R$ 50 milhões, desmontando por completo a tese de “crise ” usada por Calmon em sua defesa. A arrecadação deve chegar aos 60 milhões até o fim do mês
Calmon chega ao MP sem atender nenhuma das orientações anteriores do Ministério Público, descumprindo decisão judicial e com o pedido de liminar para suspender o pagamento já negado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). Mesmo assim, o prefeito insiste em ganhar tempo, usando argumentos inconsistentes e narrativas montadas pela equipe jurídica e pela contabilidade contratada.
A insistência em não pagar o benefício, mesmo com as decisões judiciais e com as contas cheias, confirma o que a população já sabe: Calmon não paga porque não quer.
Arrecadação em alta, mas o povo sem pão
Com quase R$ 50 milhões arrecadados apenas até o dia 23 de outubro (Vejq aqui), São Francisco do Conde segue entre os municípios com maior receita per capita da América Latina, mas o prefeito prefere sustentar um discurso de colapso financeiro enquanto milhares de famílias seguem passando fome e humilhação. E todo o espetáculo montado para o MP foi pensado para enganar a Justiça e a população, e manter o controle político sobre o programa.
Toda a operação é arquitetada por Greice Tânferi, que hoje centraliza o comando político do programa e mantém a secretária de Desenvolvimento Social, Nide Calmon, completamente escanteada. Além disso, o escândalo do Pão na Mesa tem outros coautores: os vereadores que votaram a favor do projeto que reduziu o valor e tirou milhares de famílias do programa. Em troca, cada um teria direito a 40 vagas, um esquema de barganha política escancarado e que transforma um programa social em instrumento de poder.













