A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de São Francisco do Conde, comandada por Sheila Pereira, tentar induzir a imprensa baiana a erro, divulgando notas e releases que associam falsamente a aprovação do novo Projeto de Lei ao retorno imediato do programa social “Pão na Mesa”. A narrativa oficial construída pela Secom tenta convencer jornalistas e veículos de comunicação de que o pagamento dos benefícios estaria prestes a ser retomado, quando, na realidade, o programa ainda não retornou e só voltou por ordem judicial ainda não cumprida pelo prefeito.
A estratégia de comunicação, descrita por servidores e observadores políticos como “fantasiosa e deliberadamente enganosa”, teria o objetivo de criar uma aparência de normalidade e confundir a opinião pública sobretudo às vésperas do prazo final determinado pela Justiça para o pagamento dos valores atrasados que é dia 10 de Novembro.
Apesar disso, a Prefeitura por meio da Secom vem tentando associar o cumprimento da ordem judicial à tramitação de um novo projeto de lei que, na prática, reformula e reduz o programa, em vez de restabelecê-lo nos moldes originais. Essa tentativa é vista como uma “manobra política e midiática” para enganar o Ministério Público e o Judiciário, sugerindo que o governo estaria cumprindo determinações que, de fato, permanecem descumpridas. O MP já afirmou que Calmon tem de pagar os valores atrasados e que a nova Lei em nada altera a decisão judicial.
De acordo com a Ação Civil Pública nº 8000701-07.2025.8.05.0235, movida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), o juiz concedeu 30 dias para que o prefeito Antônio Calmon e o Município restabeleçam o programa “Pão na Mesa” e paguem todos os valores retroativos devidos às famílias carentes prejudicadas . O prazo se encerra em 10 de novembro, sob pena de multa diária e responsabilização pessoal do gestor, além do sequestro de valores.
A divulgação de notas oficiais pela secretaria Sheila Pereira, com informações sabidamente inverídicas é vista como uma forma de manipular a imprensa e desmobilizar os beneficiários, que há meses aguardam o retorno de um programa essencial para garantir alimentação básica a milhares de famílias. “A comunicação virou instrumento de engano. Primeiro enganaram os beneficiários, depois os servidores, agora querem enganar a imprensa, o Ministério Público e a justiça”, afirmou uma vereadora.
A tentativa de criar uma narrativa positiva diante de uma ordem judicial pendente expõe, mais uma vez, o padrão de desinformação e autoritarismo que vem marcando o final da gestão Calmon. Após demissões em massa, atrasos salariais, decisões judiciais descumpridas e a extinção temporária de programas sociais, a Prefeitura tenta agora reescrever os fatos para minimizar a crise política e moral que domina o município.
A gestão Calmon, que já perdeu a confiança de servidores, beneficiários e até aliados políticos, aposta na comunicação como último escudo. Mas a realidade é incontornável: o “Pão na Mesa” continua sem ser pago, o prazo judicial está prestes a expirar, e a população continua sem resposta. A tentativa de transformar propaganda em verdade marca não apenas mais um escândalo, mas o colapso ético de um governo que trocou transparência por manipulação.
