No dia do seu aniversário, o presente que Nide pediu não foi flores, festas nem homenagens. Foi justiça e sensibilidade: o direito das famílias franciscanas de voltarem a ter o pão em suas mesas. (em Itálico)
Em meio à maior crise política e moral de São Francisco do Conde, a primeira-dama e secretária de Desenvolvimento Social, Dona Nide Calmon, vive dias de profunda tristeza. No dia do seu aniversário, Nide fez um único pedido ao marido e prefeito Antônio Calmon: que ele desse ao povo o presente de receber todo o valor atrasado do Programa Pão na Mesa, o maior programa social da cidade e símbolo de dignidade para milhares de famílias franciscanas. Calmon entrou até na justiça para suspender o pagamento e a possibilidade de poder voltar a comandar as ações sociais do município.
Voltar a ter autonomia em sua secretaria sereia o seu maior presente. O pedido reflete o sentimento de quem dedicou a vida ao trabalho social e hoje assiste com tristeza à desfiguração do maior programa social da cidade, que há meses está suspenso, prejudicando milhares de famílias franciscanas. “Não podemos dar as costas ao povo” teria dito.
Fontes próximas afirmam que Dona Nide tem se sentido abatida e isolada, justamente por sua forte ligação histórica com as causas sociais e o cuidado com os mais humildes.
Pessoas próximas ao casal dizem que ela já não reconhece mais as ações do prefeito, e que “algo ou alguém mudou o verdadeiro Calmon”, que antes se emocionava com o sofrimento do povo e hoje parece distante da realidade das famílias carentes. Nide tem chorado com frequência diante da situação de injustiça e do descaso com as famílias que dependem do benefício. “Ela queria apenas ver o povo feliz, como era no início da gestão”, confidenciou um servidor do Social.
Dama do Povo x Dama de Ferro
No centro dessa transformação está o nome da secretária de Saúde e vereadora licenciada, Greice Tânferi, hoje apelidada dentro da Prefeitura de “a Dama de Ferro”. Foi ela quem teria induzido Calmon a cortar o Pão na Mesa (Veja aqui) sob o argumento de enxugar gastos e reorganizar o programa — mas o resultado foi devastador: o corte de milhares de famílias, a redução do valor do benefício e o fim do caráter popular que o programa tinha desde sua criação.
Greice, que sonha em ser candidata à sucessão de Calmon, teria tomado conta da máquina pública e isolado politicamente a primeira-dama. Até as promessas de 40 vagas no programa para vereadores aliados que antes seriam organizadas pela secretaria de Dona Nide, passam diretamente pelas mãos de Greice, que centraliza o poder e o controle político do benefício.
Segundo Marina Santos do Calmonte, Dona Nide sempre foi o rosto mais humano da gestão, e tenta preservar o pouco de dignidade que resta ao setor social, mas vê suas ações esvaziadas.
“Ela acreditava que o Pão na Mesa era a alma da administração. Hoje, ver o programa usado como moeda política dói nela como mulher, como mãe e como primeira-dama”, comentou.













