Um dia após a divulgação de que São Francisco do Conde voltou a respirar financeiramente com mais de R$ 79 milhões pagos pela Acelen e a arrecadação municipal retomando a casa dos R$ 40 milhões mensais o prefeito Antônio Calmon iniciou novas movimentações políticas nos bastidores. Em reunião com a base de vereadores, que terminou há pouco, Calmon apresentou os resultados do incremento na arrecadação: o povo poderá voltar a sorrir. Ou não. A oferta é de 10 a 20 cargos comissionados em troca de aprovação redução do valor do “Pão na Mesa”. Além do pagamento das rescisões dos apadrinhados.
De acordo com informações obtidas pelo Jornal Candeias, Calmon convocou a reunião para discutir os próximos passos da gestão diante da nova realidade econômica do município. Entre os temas, o pagamento dos atrasados dos programas sociais, como o “Pão na Mesa” e a “Bolsa Universitária”, dominou o debate. Os vereadores exigiram de Calmon um compromisso público de quitar os 11 meses atrasados do “Pão na Mesa” até esta sexta-feira (17).
“Calmon sempre cumpre o que promete”, disse um vereador à reportagem. Fontes do Legislativo afirmam que o encontro, inicialmente marcado para ocorrer de forma restrita, sofreu resistência de boa parte dos parlamentares da base, que teriam se recusado a comparecer. Na pauta de Calmon que tentou reunir apenas um terço dos vereadores, gerando desconforto entre os demais estava a discussão de um projeto de lei que reduziria o valor do programa “Pão na Mesa”, o fim do auxílio defeso e o cancelamento da distribuição de medicamentos fora da lista do SUS, medida solicitada pela secretária de Saúde e vereadora licenciada Greice Tanferi.
Essa proposta, segundo fontes, já havia sido tentada anteriormente, mas não chegou a ser votada pela Câmara.“O prefeito queria mostrar poder de articulação, mas acabou recebendo um sinal de que a base está cansada”, relatou outro vereador sob reserva ao Jornal Candeias.
Nos bastidores, comenta-se que a base governista está desgastada com o tratamento recebido nos últimos meses — especialmente após cortes de gratificações, demissões e falta de diálogo político e que o atual momento de bonança financeira poderia representar uma oportunidade de reaproximação… ou de novas tensões. Enquanto isso, a população franciscana aguarda desdobramentos concretos: o pagamento dos 11 meses atrasados do “Pão na Mesa”, do seguro defeso, a regularização dos contratos da saúde, a recomposição das gratificações e o pagamento das rescisões de servidores afetados pela crise anterior.
