Poucas horas depois de o Jornal Candeias publicar que o prefeito Antônio Calmon pode ser afastado do cargo caso não cumpra a decisão judicial que o obriga a pagar todo o valor retroativo do Pão na Mesa até o dia 10 de novembro, a Prefeitura de São Francisco do Conde divulgou nas redes sociais um cronograma de pagamentos do programa social. Se não pagar todo mundo, Calmon poderá dar adeus a prefeitura, e terminar o sofrimento do povo.
No entanto, a publicação oficial não informa se os pagamentos incluirão os 11 meses de retroativos principal ponto da determinação judicial nem confirma se o valor será pago no valor original de R$ 600,00, como determina a lei anterior à redução aprovada pelos vereadores aliados. O cronograma, que se estende de 7 a 14 de novembro, já contraria diretamente o prazo judicial, que exige que todos os beneficiários sejam pagos integralmente até o dia 10. Essa é mais uma forma de Calmon tentar burlar as orientações do MP e das decisões judiciais.
A decisão da Justiça foi categórica: Calmon deve pagar tudo o que deve no valor do programa na época e a todas as famílias cadastradas, sob pena de afastamento imediato e intervenção estadual na administração. A tentativa de estender o calendário até o dia 14 é vista como mais uma manobra para ludibriar o Ministério Público e evitar penalidades pessoais.
O povo reagiu: “Isso é piada, né?”
Nas redes sociais, o anúncio da Prefeitura gerou uma enxurrada de críticas e ironias. A população, cansada de promessas e mentiras, não acreditou na nova encenação do governo.
“Uma gestão que não tem transparência nenhuma e ainda quer falar em organização kkk”, escreveu um internauta. Outro ironizou: “Como são rápidos em falar da Justiça… pra tirar o prefeito tem até programação agora”. “Isso é piada, né? Uma gestão organizada, humana?”, questionou outro seguidor.
Os comentários seguem o mesmo tom de deboche e descrença: “Aí foi um ato da Justiça 😂😂😂 só Deus sabe como tá o coração da gestão pagando esse Pão na Mesa a pulso”, disse um morador. “Tem nem vergonha, um ato de amor né? Isso é piada. Ele tem é que pagar o povo porque deve há um ano”, completou outra usuária.
Justiça na cola e descrédito crescente
O descrédito é tamanho que, mesmo após a divulgação do cronograma, ninguém acredita que Calmon vá cumprir a decisão integralmente. O Ministério Público acompanha de perto a execução e deve pedir o afastamento imediato do prefeito caso a Justiça identifique descumprimento ou tentativa de fraude.
Além disso, o cronograma não esclarece se o pagamento será feito com base na nova lei aprovada por Calmon e seus aliados que reduziu o benefício e excluiu milhares de famílias ou na lei original, que previa valores integrais.
O silêncio da Prefeitura sobre o tema e a ausência de informações claras reforçam a sensação de que Calmon tenta apenas simular o cumprimento da decisão judicial, estendendo o prazo para depois do dia 10 e omitindo dados essenciais. Enquanto o prefeito tenta ganhar tempo, o povo segue sem resposta, sem confiança e sem o pão que lhe foi tirado há quase um ano.












