Como quem deve gosta de dever é conhecido como “caloteiro”, o prefeito Antônio Calmon que deve a servidores, aos beneficiários do Pão na Mesa, a empresas prestadoras de serviço, ao próprio bom senso e até Jesus Cristo – que ensinou a dividir o “Pão” tenta meter um “baratino” na Justiça de São Francisco do Conde para induzir o Judiciário ao erro. O “baratino”, típico do próprio “lider”, foi protocolado no processo do Pão na Mesa, na tentativa de convencer a Justiça de que o programa teria sido restabelecido. Não foi. E o povo sabe disso.
A manobra foi revelada após o gestor informar ao Judiciário que cumpriu a determinação de reativar o benefício. Contudo, conforme apurado e já denunciado pelo Jornal Candeias, a verdade é exatamente o oposto: a Câmara aprovou, sob forte suspeita de irregularidades e atropelo regimental, uma lei que reduziu o auxílio, retirou milhares de famílias e tornou o benefício “opcional”. Na prática, um “Pão na Mesa” de faz de conta só para inglês ver — criado com a clara intenção de tentar enganar o Ministério Público e o envergonhar o Judiciário. Só 22 pessoas das 5.200 vão receber o valor integral, uma redução brutal que já afundou famílias inteiras na fome. A realidade é que nenhum pagamento retroativo dos últimos 12 meses, determinado pela Justiça, foi feito.
Quem gosta de dever, escolhe quem pagar. E Calmon resolveu pagar nos últimos dias, apenas os contratos da Saúde, o que já está sendo apurado pelo JC. Hoje, servidores municipais estão com salários atrasados, professores só receberam após fazerem greve, e unidades de saúde seguem sem medicamentos básicos — mesmo com contratos milionários pagos religiosamente às empresas dos “amigos”. A crise é tão grave que levou a vereadora Ligia Costa Rosa a propor uma CPI da Saúde, sendo posteriormente ameaçada de morte por causa da iniciativa.
Na defesa apresentada, o prefeito chegou ao absurdo de pedir que a multa aplicada anteriormente pela Justiça seja suspensa mesmo sem ter pago nada do retroativo exigido por lei. É como se um “devedor” pedisse ao juiz, ou ao banco, para ser perdoado por não pagar a dívida, sonho de todo caloteiro.
A manobra é tão sabotadora que, se o Judiciário caísse no “baratino” de Calmon, não demoraria para que os beneficiários do Pão na Mesa, os servidores municipais e até as famílias mais pobres acabassem sendo obrigados a doar parte do pouco que recebem para “ajudar o coitadinho”, que aparentemente não consegue administrar nem a própria mentira.













