A mais recente manifestação do prefeito Antônio Calmon sobre o não pagamento do Pão na Mesa é uma afronta à inteligência da população de São Francisco do Conde e um tapa no rosto das famílias que dependem do benefício para não passar fome. Em vez de assumir sua responsabilidade pela destruição completa do programa, Calmon tenta justificar o injustificável com desculpas frágeis, contraditórias e recheadas de má-fé.
O prefeito alega, mais uma vez, que “não há condições financeiras” para pagar o retroativo de 11 meses determinado pela Justiça, ignorando que o município bateu recorde de arrecadação, chegando a mais de 56 milhões no último mês. Ou seja: dinheiro existe, mas falta vontade política, gestão e, acima de tudo, humanidade. Para festas, publicidade e contratos milionários da Saúde, o cofre está sempre aberto; para o pão do povo, fecha-se a porta, a boca e o coração. Agora, a Secretária de Saúde, Grace Tanferi, mandou se apresentar nos setores, todos os servidores que estavam em outros setores, mas que deixaram de apoiar ela e o prefeito.
Calmon tenta disfarçar a destruição deliberada do programa com o discurso de “reorganização”. É um eufemismo vergonhoso. Houve perseguição, cortes feitos a portas fechadas, exclusões em massa e a redução cruel dos valores para R$ 150, que não garantem alimentação digna a nenhuma família. Ele insiste em sugerir que seguiu “orientações judiciais”, quando a realidade é outra: a Justiça foi explícita ao determinar o pagamento integral e retroativo do Pão na Mesa, no valor original, e a restauração do programa como era antes do desmonte. A tentativa do prefeito de distorcer a decisão é uma manobra barata, mais um “baratino” típico da sua gestão, para ganhar tempo e tentar enganar quem já não cai mais nessa conversa.
Outro ponto patético da manifestação é a tentativa de se escorar no argumento da “responsabilidade fiscal”. É quase um deboche. A mesma gestão que despejou milhões em contratos suspeitos da Saúde, que está sendo investigada e que virou motivo de CPI e denúncias, agora quer posar de técnica e responsável justamente na única área que protege os mais pobres. Não existe responsabilidade fiscal quando a fome aumenta, quando famílias são humilhadas e quando o prefeito prefere proteger aliados a proteger a população. O discurso também tenta espalhar culpa por todos os lados, serve como bengala política, menos a verdade. A única responsabilidade pelo caos do Pão na Mesa tem nome e sobrenome: Antônio Calmon. Coadjuvante só os vereadores que aprovaram, liderados por Nem do Caípe.
A manifestação do prefeito, no fundo, é uma confissão de fraqueza. É o desespero de quem perdeu o controle da narrativa, da cidade e da própria imagem. Cada justificativa mal formulada expõe o medo de sofrer as consequências judiciais e políticas da sua própria incompetência. Enquanto isso, a realidade de São Francisco do Conde é dura: famílias sem comida, servidores sem salário, crianças sem aula, unidades de saúde sem medicamentos, denúncias se acumulando, e o prefeito respondendo com discursos vazios, escritos por quem parece nunca ter pisado no Caípe, na Muribeca ou na Jabequara.
O povo já não aguenta mais ser enganado. A cidade está cansada de promessas, de notas técnicas, de desculpas esfarrapadas e de ver a fome aumentando enquanto o prefeito se esconde atrás de argumentos inconsistentes. A manifestação não convence ninguém, nem mesmo quem escreveu. E repete mais uma vez o retrato desta gestão: falta de amor, ausência de prioridades e total desconexão com a dor das pessoas. O Jornal Candeias seguirá denunciando e expondo cada tentativa de desviar o foco e enganar o povo, porque, enquanto Calmon foge da responsabilidade, quem paga a conta e quem sente a fome é sempre o cidadão franciscano.













