A política franciscana viveu mais um capítulo de reviravolta nesta segunda-feira (11). Depois de emitir uma nota dura há poucos dias, afirmando que não participaria da Marcha para Jesus 2025, a Ordem de Pastores Evangélicos de São Francisco do Conde (OPESFC) surpreendeu e publicou um novo ofício dizendo que “tudo foi esclarecido” e que agora o evento “segue em união e fraternidade”. O recuo aconteceu após uma reunião com a secretária de Saúde (sim! secretária de Saúde, Greice Tanferi e não a de Cultura) conhecida nos bastidores como a “dama de ferro” e prefeita interina do governo Calmon e também pela sua habilidade de transformar qualquer secretária em algo seu.
Na primeira nota, datada de 4 de novembro, a OPESFC havia deixado claro que o evento seria realizado sem seu apoio nem participação, alegando que as decisões foram tomadas sem diálogo e que o grupo recebeu “um pacote pronto, sem construção coletiva”. Mas, exatamente uma semana depois, a postura mudou completamente. No novo ofício, divulgado no dia 11, os pastores afirmam que tudo não passou de “falhas de comunicação”, e agora ressaltam o compromisso com “a união, o diálogo e a transparência”.
O tom pacificador do novo texto veio acompanhado de uma foto oficial, em que a presença mais notada não é a do prefeito Antônio Calmon nem da Secretaria de Cultura responsável pelo evento , mas sim de Greice Tanferi, que aparece ao centro da imagem, cercada pelos pastores.
A cena foi interpretada como um sinal claro do poder de articulação e influência e sedução política de Greice, que mais uma vez mostrou ser a figura mais habilidosa da base governista. Sua presença parece ter “acalmado os ânimos” e revertido uma situação que caminhava para um rompimento público entre a comunidade evangélica e a Prefeitura.
Enquanto Greice surge como o rosto da conciliação, a primeira-dama Dona Nide, titular da Secretaria de Ação Social, segue sob os holofotes das denúncias envolvendo o Programa Pão na Mesa um contraste nítido entre as duas figuras femininas do governo Calmon: uma em alta, a outra em crise. Uma ouvida por Calmon, e outra escanteada.
Nos bastidores, comenta-se que o encontro entre Greice e a liderança da OPESFC foi marcado por um discurso firme, porém conciliador, com promessas de maior diálogo nas próximas etapas da Semana Evangélica e da Marcha para Jesus 2025. Com isso, a Ordem encerrou o impasse, agora destacando “a fé que une e o amor que move”, e declarando que “segue junto com o governo rumo à Marcha para Jesus”.
Se a primeira-dama Dona Nide amarga grande desgaste político, principalmente com a destruição do “Pão na Mesa”, Greice ganha ainda mais protagonismo, acumulando vitórias silenciosas nos bastidores e consolidando sua imagem como a mulher mais influente do governo municipal.













